O Ministério Público Federal determinou a abertura de dois inquéritos para investigar a atuação de uma milícia marítima em Angra dos Reis e também na cidade do Rio de Janeiro. Segundo reportagem publicada hoje pelo Jornal O Globo, o esquema tem a participação de policiais e de agentes federais.

Os milicianos abordam embarcações para extorquir dinheiro daqueles que não têm o Registro Geral de Atividade Pesqueira (RGP). O documento é obrigatório para exercer a atividade de pesca profissional artesanal, mas está com a emissão suspensa pelo governo federal há três anos.

O grupo criminoso tem exigido de R$ 250 a R$ 1 mil para que os barqueiros não percam sua rede, que custa cerca de R$ 4 mil. A propina também evita que o pescador seja levado para a delegacia.

A reportagem do Globo revela também que os milicianos exigem dinheiro de quem joga a rede no período do defeso, o que é crime ambiental com pena de um a cinco anos de prisão.

Neste caso, como existe a possibilidade de prisão em flagrante, o valor da propina aumenta, variando de R$ 2 mil a R$ 4 mil, dependendo da quantidade de pescado que já estiver no barco.