Por Tribuna
Em entrevista à rádio Sul Fluminense, o prefeito de Volta Redonda, Samuca Silva, disse que, dos 225 casos confirmados na cidade, 20 pacientes são moradores de Barra Mansa que vieram buscar atendimento na rede de saúde da cidade. E ainda: 55 suspeitos de Covid atendidos em Volta Redonda, moram na cidade vizinha.
— Não podemos negar a atendimento à ninguém. Isso prevê a constituição e também estamos tratando de vida. Eu tenho um carinho especial por Barra Mansa. Mas uma decisão da cidade vizinha, como abertura do comércio, vai refletir em Volta Redonda — disse o Samuca Silva.
Ele voltou a dizer que a abertura do comércio vai atender o critério técnico, baseados em seis eixos:
1 – Que não aumente em 5% o número dos casos suspeitos para confirmados a cada dois dias;
2 – Que os leitos dos hospitais com pacientes da Covid-19 não ultrapassem 50% da ocupação;
3 – Que o número de leitos do Hospital de Campanha, no Estádio Raulino de Oliveira, não ultrapassem 70% de ocupação;
4 – Que o grupo de risco, principalmente idosos, permaneça em casa, em isolamento social;
5 – As aglomerações continuarão proibidas em estabelecimentos, eventos também seguirão proibidos;
6 – E uso obrigatório de máscaras.
TAXA DE LETALIDADE
Embora a perda de uma vida é muita, a taxa de letalidade de Volta Redonda é menor se comparado com todo o estado do Rio, que chega a 8%, e a média nacional que é de 6%.
Em Volta Redonda, o índice chega a 3,8%. A taxa é calculada pelo número de casos confirmados com os óbitos da doença.
O prefeito de Volta Redonda, Samuca Silva, disse que a cidade está conseguindo protejer os idosos, grupo mais vulnerável à doença. Além disso, a parte da população está conseguindo realizar o isolamento social – índice, segundo a secretaria de Saúde, chega a 60%.
As medidas restritivas também ajudaram o índice menor, além da realização de exames em todos os suspeitos.
ESTUDO
Um estudo, desenvolvido pela equipe de epidemiologia da Secretaria municipal de Saúde, mostra os motivos pelos quais Volta Redonda tem tido um alto número de contágio do Covid-19. A pesquisa foi coordenada por Milene de Paula Souza, responsável pelo setor epidemiológico da prefeitura.
O primeiro ponto elencado foi o alto índice demográfico da cidade – com mais de 280 mil habitantes; sendo que, em dias normais, 800 mil pessoas circulam na cidade diariamente.
O estudo também cita a CSN, uma multinacional, com fator dessa circulação e também da poluição da cidade. “Os moradores já têm uma tendência para doenças respiratórias no município por conta da poluição. Isso é histórico”, disse Milena.
Outro fator, aponta o estudo divulgado nesta sexta-feira (17), é uma rede de transporte coletivo intensa. São quatro viações circulando na cidade em 48 linhas municipais – estima-se que mais de 100 mil pessoas utilizam o transporte coletivo.
Além disso, Volta Redonda tem um rede de saúde pública e privada de referência em todo estado do Rio. Ela cita os hospitais São João Batista, Hinja e Unimed – moradores de outras cidades que vêm buscar o atendimento na cidade.
O município possui uma cadeia pública e a Degase (unidade sócia-educativa para menores) que também contribuem para a circulação de pessoas de outras cidades.
Em sua live sobre o Covid, o prefeito Samuca Silva sempre lembra que a cidade é “pujante e tem características de metrópole”.
