Por Tribuna
O ex-secretário de Saúde do governo Sérgio Cabral, Sérgio Côrtes, confirmou que recebeu propina de empresas com o intuito de formar “caixa” para lançar campanha a deputado federal – o que não ocorreu – e que os seus sucessores no cargo fizeram o mesmo. Entre os seus sucessores, está o atual deputado federal dr° Luizinho (na foto, com camisa clara)
O deputado federal esteve diversas vezes, durante a eleição de 2018, em Volta Redonda. Na cidade, o vereador Paulinho do Raio-X (na foto com terno) foi o seu cabo eleitoral. Mas o deputado não teve uma votação expressiva no município. Paulinho não é citado na delação.
Côrtes presta depoimento à Justiça Federal nesta quarta-feira (22) sobre investigação da operação Lava Jato que apura desvios na Saúde de R$ 300 milhões, entre 2006 e 2017. A ação é um desdobramento da Operação Fatura Exposta.
“Os secretários que me sucederam fizeram a mesma coisa que eu: recolhiam um caixa de campanha, que nada mais era do que propina”, disse.
Questionado pelo juiz Marcelo Bretas, titular da 7ª Vara Federal Criminal, sobre os nomes dos sucessores que cometeram o crime, Côrtes afirmou: “Felipe Peixoto, Luiz Antônio de Souza Teixeira Júnior (Luizinho)”.
Côrtes chegou a ser preso duas vezes pela Lava Jato, mas foi solto no mês passado pelo Superior Tribunal de Justiça.
Desvios de R$ 300 milhões
Os desvios teriam começado quando Sérgio Côrtes foi diretor do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into) e continuou no comando da secretaria Saúde.
O esquema, segundo o Ministério Público Federal (MPF), envolvia superfaturamento com cobrança de propina de 10% dos contratos nacionais e internacionais.