Vamos começar com o assunto mais polêmico e palpitante da semana. As eleições no Vasco. Seria muito fácil, cômodo e confortável para mim, falar o que a maioria tem falado por aí, que a eleição foi um golpe, e que Campello é um traidor. Será que é assim mesmo?
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Júlio Brant perdeu esta eleição para ele mesmo. Ao vencer a eleição dos sócios, foi ele quem traiu ao Campello, quando lhe virou as costas e tomou todas as decisões sozinho, ignorando seu até então vice-presidente. Brant mostrou ser pato novo, não sabendo jogar o jogo da política, que é sim um xadrez em que qualquer peça errada pode lhe ser aplicado um xeque-mate, como lhe foi.
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Pode ser injusto e imoral (também concordo), mas Campello seguiu a risca o estatuto e aproveitou-se dos beneméritos que estavam descontentes com recentes declarações e atitudes de Brant, que na visão deles desrespeitou e muito os conselheiros do Vasco se declarando presidente antes do pleito final. Eurico viu Brant como um rival, e aproveitando-se disso mandou todos os seus seguidores, (que não são poucos), votarem no Campello, ou seja qualquer outro que estivesse na disputa. Assim sucedeu-se a Vitória do presidente eleito do Vasco. Prefiro acreditar nas palavras de Campello, onde o mesmo afirma que Eurico não terá qualquer ingerência dentro do Clube em sua gestão, mas prefiro aguardar um pouco ainda para crer no que foi dito.
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Após grande defesa que fiz do carioca, vejo que os clubes remam justamente ao contrário. A impressão que passa é que ninguém mais quer o carioca. Sempre times mistos em campo, quase nunca com vontade de vencer, e pra falar verdade só não acabam de vez, pois todos estão com pires na mão, e a cota da Tv ainda vale muito à pena.
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Prova disso foi o clássico de sábado entre Botafogo x Fluminense. Vou parafrasear o ex-jogador e comentarista Roger. Os pouco mais de oito mil presentes foi um público imenso para o minúsculo futebol jogado pelas equipes. Tem tudo para ter sido o pior clássico do Brasil este ano.
José Roberto Paiva é jornalista e advogado