Alguém precisa de socorro: a sirene pede passagem, enquanto a cidade dorme. O coração bate mais forte e apesar dos curiosos, elas trabalham. Sem cessar. Não importa quem esteja precisando de ajuda: raça, origem, crença, sexo, criança, adolescente, adulto ou idoso. As socorristas só têm uma missão: salvar vidas e fazer o que precisa ser feito.
O macacão azul do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) é como manto sagrado que transformam as mulheres anônimas, profissionais da área da saúde, em grande heroínas do dia a dia. Nesta terceira reportagem da série “Especial: Dia da Mulher”, o TRIBUNA vai contar um pouco da história delas, por meio da técnica de enfermagem Lívia Regina de Rezende, de 35 anos, que atua em Volta Redonda.
“Ser socorrista é um dom de Deus”
Assim Lívia Resende define sua profissão. Há quatro anos, ela faz parte da “família do Samu” e passou poucas e boas nos plantões de 24 horas nas ruas de Volta Redonda.
“Tenho lema que carrego comigo: ‘meu amor é por vidas’. Tenho muito orgulho de vestir o manto azul. Quando eu visto o macacão azul, eu não tenho medo. Sou a pessoa mais corajosa do mundo. Enfrento sol, chuva, frio. O socorrista vai onde muito não vão, quando muito já desistiram, nós estamos tentando ainda”, define a socorrista.
De um sonho realizado que, segundo ela, “muitas pessoas dizendo que não iria conseguir”, hoje ela é destaque na equipe. “Tenho muito prazer de ter a nobre a missão de salvar vidas. Trouxe crianças lindas ao mundo e socorri pessoas que nunca imaginei que atenderia como amigos e familiares”.
Mas, qual foi a missão mais difícil? Ela responde, sem titubear: “Atendi uma grande amiga que levou um tiro. O coração foi a mil e os bombeiros que socorreram. Foi um dia bem difícil”. A amiga é Larissa Mendonça, de 31 anos, também técnica de enfermagem. Ela foi baleada quando a estava com uma amiga, Jéssica Prado – que não resistiu e morreu.
O ideal é que a sirene não toque, mas se tocar, que venha sempre acompanhada de muito amor e sorriso seguro de quem acalma, cuida e acima de tudo conforta a quem precisa.
Reportagem: André Aquino, foto: Arquivo Pessoal
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