Por Tribuna
A sensação de insegurança em Angra dos Reis é potencializada pela certeza da impunidade. Só em 2019 foram registrados 28 homicídios e nenhum dele foi elucidado pela Polícia Civil. O dado, obtido com exclusividade pelo TRIBUNA, é de 1º de janeiro a 22 de março. A estatística traz à tona um antigo problema: a falta de estrutura da força de segurança da cidade.
“Eu já desistir de descobrir quem matou meu irmão. Fui dezenas de vezes na delegacia e nada. Lá falta tudo”, desabafou a jovem de 25 anos, que preferiu o anonimato, que teve o seu irmão mais novo morto. “Ele era usuário (de drogas), mas isso não justifica a morte dele. O que fica é a dor da perda”.
Segundo dados de fontes policiais, para ter um mínimo de condições de trabalho, o efetivo da Civil na cidade deveria dobrar. Por questões de estratégica, não foi divulgado o número de agentes e viaturas na cidade litorânea com 200 mil moradores. “É uma delegacia para uma extensão de quase cem quilômetros. É impossível”, disse um policial.
Há um projeto para implantação de DH (Delegacia Especializada em Homicídio) na região Sul Fluminense. Porém, ela ficaria em Volta Redonda, cidade a mais de 93 quilômetros de distância de Angra. Atualmente, o estado do Rio possuem três: uma na Barra da Tijuca, no Rio; outra em Niterói; e a terceira em Campos de Goytacazes.