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A história por trás do amor maior de uma mãe de filho deficiente



Por Felipe Rodrigues 

Em uma casa humilde, no bairro Roberto Silveira, em Barra Mansa, vive a dona de casa Claudia Maria da Silva, de 49 anos, com seus dois filhos Ingrid da Silva, de 21 anos, e Pedro Henrique da Silva, de seis. A mãe é uma grande guerreira na vida, diariamente ela luta para dar o melhor para sua família e pela vida de seu pequeno filho.

A família é a terceira personagem da série de reportagem “Mães Especiais”, produzida pelo TRIBUNA, para comemorar a data do Dia das Mães.

Claudia relembrou que sua segunda gravidez foi muito conturbada e no momento do nascimento do pequeno, foi forçada a ter um parto normal.

“Até então, nós já sabíamos que ele seria síndrome de down, porém no parto ele teve convulsão e gerou um coagulo de sangue no cérebro. Essa complicação acarretou uma paralisia cerebral. Hoje Pedro não enxerga, nem anda e se alimentando somente pela sonda”, explicou o quadro.

Para a mãe os maiores desafios, foi deixar de lado a sua vida para viver a do filho. “Tive que abandonar um emprego de quase dez anos, por conta de tudo que aconteceu. Eu só descobri sobre a condição de vida dele após o nascimento. Não podia deixar com outra pessoa, eu e minha filha que cuidamos dele até o dia de hoje” expressou.

Outra dificuldade encontrada pela família é manter as despesas mensais. “Vivo com um salário mínimo dele. Desse valor tenho que pagar aluguel, conta de água, luz. Ele gasta muito com remédio, sempre preciso de ajuda través de campanha, rifa e doações de amigos. Tenho muitos amigos que ajudam quando eu preciso. Mas o meu maior desafio é cuidar bem dele para que ele tenha uma vida digna”, contou.

De acordo com Claudia, quando o pai do Pedro soube que estava grávida, ela a abandonou. Ela só pôde revê-lo no dia do nascimento do filho. “Ele só foi até lá porque precisava registrá-lo, mas não queria contato. “Quando Pedro nasceu, ficou três meses na UTI. Após esse período, começou a freqüentar a Apae, lá foi me explicado que o contato com o pai poderia ajudar em seu desenvolvimento, passei por cima do meu orgulho e fiz isso, só que ele vinha apenas uma vez por mês”, contou.

Após um curto período o pai desapareceu de vez. “Um dia ele simplesmente desapareceu, o Pedro ficou doente. Não recebo nenhuma ajuda dele desde então, eu o coloquei na justiça, mas ninguém consegue encontrar ele”.

Meu filho me ajuda muito”

Algo que ainda magoa a mãe é o preconceito. Segundo ela hoje em dia as pessoas que eram mais próximas se afastaram. “Antigamente as pessoas me chamavam para festas, aniversários agora não chamam mais. Tento não deixar isso me abalar, às vezes eu choro, mas não deixo me abater, não acho justo pessoas terem preconceito com esse tipo de criança, pois eles tem tanto a nos oferecer. Meu filho está me ensinado tudo que eu sei hoje”, garantiu Claudia.

Em relação ao filho, a mãe é puro orgulho. “O Pedro representa tudo, ele é um presente de Deus para a nossa família. A gente o defende com unhas e dentes, meu amor é muito grande por ele. Não dá para imaginar nossas vidas sem ele. Todos os dias agradeço por ele existir em nossas vidas”, expressou.

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3 Comentários

    • Fernanda 15:46

      Perfeito. Deus abençoe sua família Pedro.

    • Neide 16:30

      Cláudia me fez recordar a batalha naquela HM,em BM,o sofrimento q ela passou e gente sem poder vê-la.
      Depois de “Pepinho” nasceu,Cláudia, mãe, vive na luta entre casa e hospital, mãezona, guerreira,mas não perde a alegria, batalha duro,qdo vê q as coisas dele começa a faltar ela começa na luta novamente,rifas,etc.
      Pepinho,pode não ver,não falar, mas ele sente,ele vibra com sorriso mais lindo e doce do universo, o TOC ,esse é o mais lindo de todos os olhares, e isso me faz ama-lo.
      Gosta qdo cantamos p ele, faz MTA baguncinha, ele é um amor q Deus nos deu.

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