Por Tribuna
São 90 mil passageiros por dia. Uma receita bruta diária estimada em mais de R$ 250 mil. Das 47 linhas, 30 são delas e mil funcionários. Os dados parecem ser de uma empresa de ônibus em ampla expansão. Mas não é. Trata-se da Viação Sul Fluminense, que está à beira da crise e é a maior do transporte coletivo de Volta Redonda.
Ela é a campeã de reclamações e alvo de duras críticas nas redes sociais: atrasos, ônibus mal conservado, superlotação, quebra de veículo e alto valor da passagem.
“Somos pobres, mas somos humanos. E não sardinha que fica amassada numa lata”, se queixa Yolanda Figueiras, 34 anos, empregada doméstica, que ficou mais de 50 minutos no ponto esperando o ônibus para trabalhar na manhã desta sexta (10).
“Minha patroa já pensa que é desculpa minha. Mas todos os dias chego atrasada”, continuou.
O Sindicato dos Trabalhadores Rodoviarios teme pelo desemprego dos atuais funcionários. Na semana passada, eles fizeram uma paralisação de duas horas – das 4 às 6 horas da manhã – em frente à garagem da empresa, no bairro Voldac. Eles reivindicavam pagamento de benefícios.
O governo municipal esbarra num processo judicial que impede a realização de uma nova licitação, conforme divulgou o prefeito Samuca Silva em entrevista numa rádio da cidade. Mas ele quer um novo processo de concessão.
Por outro lado, empresários alegam crise no país com desemprego (diminuição de passageiros) e aumento da manutenção dos veículos e do combustível (diesel).
Mas o que não pode é ficar como estar. “Entrei no ônibus pela manhã e estava sujo de vômito. Foi recolhido para a garagem e não limparam”, disse Magno Otonni, que enviou fotos do estado do veículo.
Fotos: Arquivo/Leitor.