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Aumentam casos de esporotricose em Volta Redonda



Por Roberta Vitorino

Os casos de esporotricose, doença dermatológica que atinge principalmente gatos, estão aumentando em Volta Redonda. A constatação é da diretora de Vigilância em Saúde do município, Janaína Soledad.

Somente neste ano, 169 atendimentos foram feitos no Centro de Controle de Zoonose (CCZ) da cidade. Em 2018, foram atendidos 212 casos.

Em Volta Redonda, a população de gatos pode chegar a 2,6 mil felinos. Nem todos os casos chegam ao CCZ, já que há cerca de 30 estabelecimentos veterinários no município e o tratamento também pode ser feito em clínicas.

A zoonose pode afetar também cães e ser transmitida para seres humanos. A doença é causada por um fungo, presente no solo e na vegetação. Após a contaminação, gera lesões que vão progressivamente atingindo a pele, músculos e pode chegar aos ossos, no caso de felinos.

– Ouvíamos muito falar de casos na Baixada Fluminense, mas nos últimos quatro anos isso tem aumentado também aqui na nossa região. A esporotricose é extremamente contagiosa e se não tratada pode até levar o animal à morte – afirmou.

A diretora enfatiza que é importante não abandonar os gatos vítimas da doença. De acordo com Janaína, os casos que são acompanhados pelo CCZ estão sendo bem-sucedidos, embora o processo seja demorado.

No caso de cachorros e seres humanos, Janaína esclarece que as lesões são menos severas, embora também seja necessário tratamento. Em humanos a doença geralmente aparece como nódulo dolorido no braço, local onde a pessoa pode ter sido arranhada.


Tratamento exige dedicação


A publicitária Danuta Baylão observou pequenas feridas em um de seus três gatos e devido à demora de cicatrização procurou um veterinário, que a encaminhou ao CCZ para que fosse feito o teste de confirmação da doença. Danuta conta que, a princípio, ficou sem saber o que fazer, principalmente porque tem outros gatos e cães. Além do tratamento médico com antifúngico é preciso isolar o animal.

– Está muito complicado o tratamento. O gato precisa ficar isolado, a limpeza do local deve ser feita com cloro todos os dias e suas fezes e areia devem ser queimadas. Onde os gatos dormem também deve ser lavado com água quente ou cloro todos os dias para que ele não se contamine novamente – disse Danuta.

Em Volta Redonda, o atendimento para contaminados é feito no Centro de Doenças Infecciosas (CDI). É necessário procurar a unidade de saúde do bairro, caso haja suspeita de contaminação. No caso do animal é necessário levar ao veterinário ou ao Centro de Controle de Zoonoses, onde o exame é feito gratuitamente e o resultado sai na hora. O tratamento é por conta do proprietário. O telefone do CCZ para marcação é (24) 3339-4555.


Nunca abandone o animal


A presidente da Sociedade Protetora dos Animais de Volta Redonda (SPA-VR), Carmem Marques, também percebeu o aumento de casos de gatos com a doença. Ela afirma que somente no ano passado o aumento do número de gatos doentes que chegaram à SPA foi de 20%. Diariamente, a Sociedade recebe cerca de dois gatos contaminados. Ela atribui o aumento ao abandono.

– Não existe animal de rua, existe animal que foi abandonado. E nesses casos isso é muito mais comum. É preciso tratá-los para que a doença não se prolifere ainda mais, e não abandoná-los – frisou.

A Sociedade Protetora dos Animais auxilia no tratamento de gatos abandonados e encaminha a lares temporários. O grupo ajuda com consultas veterinárias.


Resende oferece tratamento


O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Resende já oferece medicamentos para o tratamento dos animais com esporotricose. De acordo com o CCZ, foram adquiridos 12 mil medicamentos. Para ter direito ao tratamento, é preciso que os donos dos animais levem os animais para consulta no próprio CCZ e tenham diagnóstico de esporotricose comprovado. Em seguida, será feito acompanhamento mensal e, se houver necessidade, haverá ainda a distribuição de novas doses do remédio.

O CCZ fica na Rua Eurídice Paulino de Almeida, 320, no bairro Vicentina II. Os telefones são (24) 3360-9690 e (24) 3360-5186. O horário de atendimento é das 9h ao meio-dia.


1 Comentários

    • Cileide 01:15

      Melhor levar a uma clinica legalizada e sacrificar, acaba logo com o problema.

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