Por Felipe Rodrigues
A chegada de um filho é sempre um momento especial e aguardado pelos pais. Afinal de contas, são 36 semanas de muita ansiedade e espera para ter o primeiro contato com o pequeno. Para a mãe de segunda viajem Luciana Alves, não foi diferente.
Ela, que tem um filho de cinco anos, contou que a segunda gestação foi planejada e muito sonhada.
Apesar de amar o universo azul, o sonho em conhecer o mundo rosa era um desejo que poderia ou não acontecer. Por sorte, ela foi contemplada e seu sonho estava prestes a se tornar real.
De acordo com a mãe, sua gravidez foi tranquila tendo trabalhado até os últimos dias de sua gestação. Nesse período, todos os exames foram feitos e todos apontaram que, tanto ela, quanto sua bebê, estavam bem.
Após o nascimento, Luciana notou algo diferente em sua filha. Logo já imaginou que sua filha possuía alguma alteração genética, a trissomia cromossomos 21, mais conhecida como a Síndrome de Down.
O amor que supera desafios é a reportagem especial do TRIBUNA dessa semana.
O nascimento
Na noite do último dia 23 de setembro, nascia a pequena Ester, filha de Luciana e Elivelton Alves, a mãe é bacharel em direito, radialista e coordenadora executiva na Prefeitura de Barra Mansa.
Para ela, ter a filha em seu colo pela primeira vez foi um momento mágico e extraordinário. A mãe, que é evangélica, disse que essa é a maior prova da existência e do amor de Deus, para com seus filhos.
— No momento que eu a peguei pela primeira vez, apesar de todo o sentimento de amor envolvido, vi algo diferente em seu rostinho. No meu coração alguma coisa já dizia que era Síndrome de Down — relatou.
Apesar da desconfiança, Luciana conta que quem foi o primeiro a receber a notícia foi seu marido. Pelo fato dela ter feito a cirurgia, a pediatra orientou que não seria o momento apropriado para falar sobre o assunto.
— Pela manhã, a pediatra disse que precisava conversar comigo. Meu coração disparou porque eu já desconfiava de alguma coisa e ela me disse que minha filha tinha algumas características da síndrome. Naquele momento, eu fiquei sem chão. Foi um choque muito grande, mas sempre mantive minha fé de que Deus estava no controle de tudo e aquilo foi a vontade dele para nossas vidas. Aquele presente estava vindo do céu para nós, afirmou.
Em seguida foi a vez da família ficar sabendo da condição da pequena. Foram inúmeras ligações e o conteúdo do assunto era a notícia.
— Minha família foi muito especial naquele momento. A princípio levaram um susto, pois nenhum exame apontou essa condição. Inclusive o exame especifico que identifica a síndrome não apontou nada. A minha família, assim como eu, levou um susto. Porém, em seguida, começaram a me ligar e falaram que eu havia sido escolhida para receber aquele presente. E, apesar do pouco tempo de vida, ela já conseguiu mudar muitas coisas em nossas vidas e se tornou o ‘xodó’ da família toda, refletiu a mãe.
Medos e desafios
A Síndrome de Down ainda causa muitas dúvidas em relação ao desenvolvimento e saúde dos portadores, principalmente na visão dos pais. No caso de Luciana não foi diferente.
Em uma de suas pesquisas, a mãe encontrou um artigo que apontava que 50% das crianças que nascem com a síndrome sobre com problemas cardíacos e no desenvolvimento de audição e visão.
— Me assustei muito, pois era tudo muito novo para mim. Fui ficando preocupada até o momento que realizamos todos exames e perceber que está tudo bem com a saúde dela. Perceber que ela tem uma sucção perfeita, que é espertinha foram as primeiras vitórias que tivemos, revelou.
Escolha do nome
O significado do nome Ester é estrela. A escolha foi por conta da Ester da Bíblia, uma mulher, que segundo Luciana foi forte, corajosa, com favor de Deus. Uma mulher especial. E para ela, a sua filha já representa todas essas características.
— Ela veio para trazer luz. Até porque o significado de seu nome nos remete a luz. Em dois meses ela já mudou a minha vida, ela e meu filho são as razões da minha vida, a herança que Deus me deu, finalizou.