Por Tribuna
O prefeito de Volta Redonda, Samuca Silva, confirmou a segunda morte por coronavírus na cidade. É a idosa de 67 anos que estava internada no Hospital São João Batista. Ela era irmã do primeiro caso de morte na cidade.
O exame ficou pronto nesta quinta-feira (2) no Lacen, no Rio, entrando oficialmente na estatística. Samuca disse ainda que subiu para 45 pacientes confirmados do vírus. Além disso, há 371 aguardando exames do Governo do Estado.
Em entrevista exclusiva ao TRIBUNA, sexta-feira passada (27), a irmã dos dois idosos fez um apelo a toda a população: “Vamos nos previnir”. Ela relatou a dor que a família está sentindo com a perda dos dois. A pedido da família, os nomes não serão divulgados.
— Isso tudo (as mortes) foi uma fatalidade muito triste, pois no momento dessa contaminação, as autoridades do Brasil começavam a pensar no isolamento, mas na verdade o vírus já estava entre nós de Volta Redonda. O que nos consola um pouco é pensarmos que eles foram escolhidos por Deus para salvar muitas outras vidas. Isso porque, agora, todos nós estamos mais atentos aos sintomas do próximo — disse a irmã.
Carnaval
Ela contou que alguns familiares viajaram, durante o período de carnaval, para as cidades de Porciúncula, Vila Histórica de Mambucaba e São Roque em Paraty. Todos retornaram para Volta Redonda em dia 26 de fevereiro.
Festa de aniversário
No dia 7 de março, a família teve uma festa de aniversário num salão com a presença de 80 pessoas, mas ninguém ainda apresenta apresentava os sintomas. Só a partir do dia 10 que membros da família começaram a ficar sintomáticos.
“Todos tiveram atendimento em Pronto Socorro de Hospitais e UPAs e que a maioria foi inicialmente diagnosticado com dengue, e desde então, já partiram para repouso domiciliar”
Em relação aos dois idosos mortos, ainda segundo a irmã, foram atendidos a primeira vez no Hospital do Retiro no dia 13. “Os saíram com o pré-diagnóstico: suspeita de dengue”.
— No dia 16, meus dois irmãos retornaram ao hospital e foram diagnosticados com quadro de pneumonia e falta de ar. Porém, não foram internados, voltaram pra casa, mesmo o quadro já sendo grave — disse.
Na quarta feira, dia 18, os dois deram entrada no Hospital São João Batista e, após exames, ficaram internados já com o quadro avançado de falta de ar gravíssimo. A primeira suspeita após exames e laudos, foi de H1N1 ou Covid-19 .
O idoso de 66 anos morreu no sábado (21) e, dois dias depois, a senhora de 67 também. Eles moravam em casas separadas, mas tiveram a mesma evolução dos sintomas.
— Nosso maior objetivo é esclarecer as pessoas, informar a sociedade a respeito da importância de atitudes de higiene pessoal e dos ambientes e, claro, quem puder se isolar em suas casas, faça isso, vamos previnir — disse ela, que continuou.
“Existem alguns profissionais que não podem ficar em casa, pois dependemos deles para nossa sobrevivência. Precisamos apoiar as pessoas que trabalham em hospitais de frente com o problema, ajudar as equipes da área de saúde para estarem em alerta aos sintomas”, afirmou
— Peço também a toda a sociedade que respeite a dor da nossa família. Não tem sido fácil. A fé em Deus e a força do amor ao próximo, é que têm dado força para continuarmos seguindo — frisou, elogiando a equipe do Hospital São João Batista.
“Não poderia deixar de agradecer a todos da equipe do hospital pela atenção e cuidados com a nossa família. Mesmo com as perdas de entes queridos, estiveram sempre atenciosos com outras pessoas com suspeita de covid-19”.