Por Tribuna
A data do resultado do exame, positivo ao Covid-19, Cláudio de 38 anos não esquece jamais: 23 de março de 2020. Passados quase um mês do diagnóstico, hoje ele respira aliviado e está na lista das 75 pessoas curadas em Volta Redonda.
Porém, o mar não foi tão tranquilo assim com muitos pensam:
— Durante uma semana, os sintomas parecem leves. Depois, vai aumentando ao ponto de procurar o assistência médica. Fui ao Hospital da Unimed em Volta Redonda — contou ele, em entrevista exclusiva ao TRIBUNA por vídeo chamada pelo WhatsApp.
Ele descreveu o sentimento ao receber o exame: “O mundo desaba e o desespero toma conta da gente. Todos estão parados por conta do coronavírus, e você recebe quase uma sentença de morte”, relata ele, que recebeu medicamento para aliviar os sintomas como a dor de cabeça, no corpo e gripe.
Ele acredita que contraiu a doença numa festa de casamento no Rio de Janeiro, onde um amigo próximo também testou positivo antes dele. “Ainda não havia as medidas de restrições. E fui à festa sem a menor preocupação. Ainda não se falava muito da doença”, relata ele. A sua esposa, de 33 anos, também testou positivo.
Os dois, mesmo curados, permanecem sem sair de casa. “Estamos de home office e meu irmão levando comida em casa. O medo continua. Há sim um trauma que acredito que passará com o tempo”, disse ele, que escondeu a doença por conta do preconceito.
— É um vírus novo para todos. Não é celetista. Até não recrimino que tem preconceito porque ainda são poucas informações sobre a doença. Temos que confirmar nos médicos, os verdadeiros heróis, e na ciência — disse ele, que pediu que o sobrenome não fosse divulgado.
O casal acredita que a vida regrada foi um fator fundamental para a cura da doença: “Não bebemos, dormimos bem e temos o hábito do exército físico. Acredito que esses são os fatores do não agravamento da doença”, disse ele.
Cláudio, porém, finaliza a entrevista mandando o recado a população:
— É bem mais que uma ‘gripezinha’ pelo volume de pessoas com a doença e pela gravidade que os sintomas podem ter. É preciso acreditar que a doença mata e de maneira rápida. É preciso evitar o vírus e fazer a quarentena, enquanto não tivermos outra alternativa”.
Cláudio pediu que seu sobrenome não fosse divulgado.
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