Por Tribuna
Um jovem alegre, caseiro, amigo, trabalhador, carinhoso e sempre com um sorriso no rosto. Assim descrevem parentes e amigos do rapaz de 22 anos, a vítima mais nova de Covid-19. Ele morreu no último dia 3 em Volta Redonda.
Porém, a prefeitura só divulgou neste sábado, dia 16 – 13 dias depois da morte. Era o Covid-19.
Em áudio gravado à imprensa, o prefeito de Volta Redonda, Samuca Silva, justificou o óbito: “Ele tinha obesidade mórbida”.
Um amigo da família descreveu melhor o jovem: “Perdemos um menino tão alegre, brincalhão, trabalhador, um grande filho”, disse ele, em entrevista ao TRIBUNA.
O rapaz de 22 anos deu entrada no Hospital do Retiro no 24 de abril e, com agravamento da doença, foi transferido para Regional dois dias depois, 26 – ficando internado seis dias, morrendo no último dia 3. O jovem era filho de um comerciante da cidade.
Assim como aconteceu com a família do jovem, parentes de uma pessoa que morrer na rede municipal de Volta Redonda com suspeita de Covid, em tese, só receberão o resultado em junho. O corpo sairá do hospital direto para cova, sem direito a velório e sem a certeza de que, realmente, foi Covid.
Os exames são realizados no Lacen, no Rio, mas há laboratórios particulares de Volta Redonda que realizam o teste.
Sem a rapidez da confirmação, a estatística da prefeitura fica falha. Só para ter uma ideia, desde o início da pandemia em Volta Redonda, dobrou o número de mortes dentro de casa.