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Covid em Volta Redonda mata mais do que homicídios em todo 2019



Por Tribuna

Volta Redonda chegou a marca de 109 mortes causadas pelo novo coronavirus. O primeiro óbito na cidade foi em 27 de março. Esse número supera todos os homicídios na maior cidade da região em 2019, quando foram registrados 82 assassinatos, segundo o ISP (Instituto de Segurança Pública), do Governo do Estado.

Se a comparação for com o primeiro semestre deste ano, os números são ainda mais surpreendentes. Até agora, o Covid teve mais do que o dobro de pessoas assassinadas na cidade.

O último homicídio doloso na cidade ocorreu no último dia 17. Robson José Oliveira Evangelista, de 30 anos, foi morto a tiros na noite na Rua 1.032, no bairro Volta Grande. De lá pra cá, foram cinco morte por Covid na cidade.

Tratamento

A Prefeitura de Volta Redonda conta com cerca de 40 pacientes em tratamento precoce para o grupo de risco da Covid-19 com administração da Nitazoxanida. O uso do medicamento na Rede Municipal de Saúde, para evitar a evolução da doença, é possível graças ao convênio firmado pela prefeitura com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) no final do último mês de junho.

A secretária municipal de Saúde, Flávia Lipke, informa que, ao sentirem os primeiros sintomas indicativos da Covid-19, os pacientes que fazem parte do grupo de risco para a doença, principalmente idosos e pessoas com doenças crônicas, devem procurar a unidade da Atenção Básica mais próxima de casa. “Caso haja indicação para o tratamento com a Nitazoxanida, o paciente é encaminhado para um dos cinco Centros de Triagem”, falou.

Os polos para atendimento de casos suspeitos da Covid-19 em Volta Redonda são as Unidades Básicas de Saúde dos bairros 249, São João, Vila Mury e Volta Grande, que ficam abertas das 8h às 22h, além do Centro de Doenças Respiratórias (CDR), que funciona no Estádio Raulino de Oliveira, das 8h às 19h.

Patrícia Alves Braga, moradora do Retiro, afirmou que aos primeiros sintomas procurou a unidade da Atenção Básica em seu bairro e foi encaminhada para o Centro de Triagem na Vila Mury. “Ainda não recebi o resultado do teste para comprovar a doença, mas com uma semana de tratamento já me sinto melhor. Sou paciente cardíaca e apostei no tratamento precoce”, contou.

Delcino Miguel mora no Verde Vale e é outro paciente que está fazendo uso da Nitazoxanida antes de receber a confirmação positiva para Covid-19. Após uma das filhas ser internada por conta da doença, toda família procurou a unidade de saúde. Outra filha, Maria Alice, contou que o pai apresentou ausência do olfato durante exame clínico, um dos sintomas do novo coronavírus. “O médico achou indicado iniciar o tratamento e ele está se sentindo bem”, falou Maria Alice.

Adriano de Souza Oliveira é morador do bairro Água Limpa e é profissional da área de saúde. Ele seguiu o protocolo e procurou uma unidade de saúde por conta de uma dor de cabeça persistente e sintomas de uma gripe forte. “Fiz o uso do medicamento, mas o teste de swab deu negativo para a Covid-19. Porém, faço questão de agradecer a atenção que recebi durante o tratamento em casa e a preocupação demonstrada com meu estado de saúde”, disse.


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