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Paciente denuncia demora para operar no Hospital São João Batista



Por Tribuna


O destino tem a prerrogativa de nos surpreender a qualquer momento. Isso aconteceu com o motoboy Bruno de Almeida Soares, 38 anos, na tarde de quarta-feira (17) quando sofreu um acidente de moto na Rua 33, na Vila Santa Cecília, em Volta Redonda. Ele quase perdeu a vida no momento em que estava trabalhando para ganhar a vida em seu ofício.

Neste Natal (25), ele completou oito dias internado no Hospital São João Batista e longe da sua família, inclusive de sua filha de sete anos. O que é pior: a sua impotência sobre a incerteza de quando deixará a unidade médica. Ele precisa de uma cirurgia, mas não há data marcada. O hospital está em intervenção judicial depois que a OS (Organização Social) deixou o local e a prefeitura não teve condições de reassumir a administração.

Em entrevista pelo WhatsApp, ele contou o que ocorreu logo após ser deixado no hospital pela equipe dos Bombeiros.

— Tive uma fratura logo embaixo do joelho. Demorei quase cinco horas no corredor. Como não foi fratura exposta, minha perna foi acumulando sangue — contou ele.

Após a intervenção médica, o sangue começou a expelir do organismo. Para realizar a cirurgia, os médicos contaram ao Bruno que todo sangue acumulado precisaria sair de sua perna, o que ocorreu na última quarta-feira (23) e já poderia ser operado.

Porém, quando quadro clínico de Bruno estava apto a passar pela cirurgia, começou outro entrave no seu tratamento.

— O Hospital São João Batista está sem um diretor. Então, quando precisam fazer cirurgia que usem materiais que o SUS não fornecem, que é o meu caso, um juiz tem que liberar  verba para compra de materiais. Resumindo: vão levar pelo menos 12 dias só pro juiz assinar esse documento — disse ele, que relatou que sua angústia nos últimos dias:

— Passei o Natal longe da minha esposa, da minha filha, dos meus pais. E vou passar mais dias aqui. Não durmo direito, nem minha família, enquanto eu estiver aqui ninguém consegue ficar em paz — disse ele, citando o risco do contágio do Covid e de infecções hospitalares. Além disso, Bruno é autônomo e está sem renda para sustentar a sua família.

Segundo especialistas ouvidos pela equipe de reportagem, o caso de Bruno é simples e já poderia ser resolvendo se houvesse a estrutura mínimas de um hospital.

— Quero sair dessa situação e ficar do lado da minha família, da minha filha. Não estou aguentando ficar mais longe deles — finalizou Bruno.


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