Cidades Volta Redonda

Som alto e bebidas infernizam vizinhos de postos de combustíveis na região



O problema é antigo, mas incômodo é atual. Alvo constante de reclamações, o som alto, a bebedeira de adolescentes e, até mesmo, o uso de drogas próximo aos postos de combustíveis viraram rotina no Sul Fluminense. Sempre acontecem nas madrugadas de finais de semanas. Durante o feriadão, repórteres do Tribuna.SF percorreram os pontos mais críticos em Volta Redonda, Barra Mansa e Resende.

A prática, além de ilegal, vira um tormento para a vizinhança. O ritual se repete todas as semanas. Logo após das 20 horas, motoristas e passageiros de dezenas de carros “tunados” param os veículos e ligam suas caixas de som no volume máximo.

“É uma competição de quem tem o equipamento mais potente. No final das contas, todos os rádios ficam ligados, tocando músicas diferentes, e ninguém escuta nada. Dormir vira algo difícil”, afirma o engenheiro Fabricio Bernardes de Souza, 45 anos, morador da Vila Santa Cecília, em Volta Redonda.

No bairro, há apenas um posto e já é o bastante para incomodar. Para evitar aglomeração dentro do posto, a gerência cerca o estabelecimento para que os veículos não circulam dentro do posto. Ou seja: não entra carro e também não tem abastecimento. De madrugada só funciona a loja de conveniência, mas os frentista permanece trabalhando. “É por questão de segurança”, disse uma funcionária do posto.

Um frequentador do espaço, que preferiu não se identificar, conta que vai ao posto para escutar música, paquerar e beber. “Coisas de jovens”, resumiu, com uma latinha de cerveja na mão.

“Tem gente vem aqui para mostrar o carro para os outros, trocar uma ideia sobre sons e rodas, mas sempre tem quem exagere. São esses que incomodam os vizinho”, contou.

Em Barra Mansa, o ponto de encontro é num posto do bairro Ano Bom. Uma senhora de 67 anos, que prefere não se identificar por morar bem próximo ao posto, conta que muitos adolescentes passam a madrugada inteira consumindo bebidas alcoólicas. “Já vi de tudo aqui. Uso e tráfico drogas, sexo, motoristas fazendo pega, crianças bebendo. A polícia vem, mas fica pouco tempo. Confesso que já foi pior, mas ainda está incomodando demais”, contou a idosa, que mora no bairro há mais de 40 anos.

Em Resende, o ponto de encontro é num posto no Centro da cidade, próximo à Rodoviária Velha. Lá, conforme relatam os moradores do bairro, o maior problema é o uso de drogas. “O posto não culpa, mas os jovens compram bebidas na loja de conveniência e ficam sentados nas calçadas bebendo e usando drogas. Eu não saio de casa após 9 horas. Me dá medo”, disse a enfermeira Sabrina da Costa Avelar, 42 anos, que mora próximo ao posto.

Crime

A poluição sonora, vender ou fornecer bebidas aos menores de 18 anos, e dirigir sob efeito de álcool são crimes.

“A fiscalização tinha de ser mais frequente e as punições mais duras. Não adianta nem reclamar. Os policiais e guardas passam, filmam e fotografam, mas ninguém se intimida”, desabafa uma moradora de Resende.

Durante esse feriadão em que a reportagem foi produzida, nos três locais visitados, viaturas da Guarda Municipal (GM) e Polícia Militar fizeram ronda pelos locais, mas não notificaram nenhum dos infratores – pelo que foi observado.


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