Por Tribuna
O ex-prefeito de Volta Redonda, Samuca Silva, e o ex-secretário de Saúde do município, Alfredo Oliveira, estão sendo investigados sobre o possível superfaturamento na montagem e funcionamento do Hospital de Campanha durante a pandemia.
As investigações estariam em curso em três diferentes frentes: Ministério Público Federal, Ministério Público Estadual e Tribunal de Contas do Estado.
A unidade, que ficou instalada no gramado do estádio Raulino de Oliveira, começou a funcionar no dia 21 de abril de 2020 e foi desmobilizada em outubro do mesmo ano.
O local contava com 114 leitos de baixa e média complexidade e tinha custo mensal na casa dos R$ 900 mil. No entanto, somente em aluguel da estrutura o antigo governo municipal teria gastado R$ 1,6 milhão.
Na época, a taxa de ocupação de leitos – apenas de enfermaria – não ultrapassou a marca dos 15% – ou seja, 16 pacientes ao mesmo tempo. A investigação corre em segredo de justiça. “O valor gasto daria para comprar as tendas e não alugar”, disse uma fonte.
Segundo a mesma fonte, é justamente isso que as autoridades estão cobrando de Samuca e Alfredo. Querem a explicação dos motivos que levaram os antigos gestores a alugar e não comprar a estrutura. Se isso tivesse sido feito, por exemplo, o hospital poderia agora voltar a ser montado e desafogaria a rede municipal.
Procurada, a atual Secom (Secretaria Municipal de Comunicação), do prefeito Antônio Francisco Neto, emitiu uma nota sobre assunto. Disse que “há diferentes frentes de apuração de possíveis gastos superfaturados e irregularidades na montagem e funcionamento do referido Hospital de Campanha”.
“Todas estas apurações e investigações correm em sigilo e não podem ter seu teor comentado neste momento pela Prefeitura”.
– A Controladoria Geral do Município também abriu um processo administrativo (tomada de contas) para dar subsídios a tais investigações, bem como para fazer uma apuração própria sobre possíveis irregularidades na contratação, levantar eventual improbidade administrativa, superfaturamento, identificar imputar débitos aos responsáveis – finalizou a nota da prefeitura.
Procurada, a assessoria do ex-prefeito ainda não se manifestou até o momento desta publicação, assim como Alfredo Peixoto não respondeu as mensagens enviadas.