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Família aguarda há quatro anos justiça pela morte de jovem de BM



Por Felipe Rodrigues 


Justiça! É somente isso que a moradora de Barra Mansa, Vera Lúcia Ramos de Oliveira, pede pelo assassinato de seu filho Henrique Ramos de Oliveira, na época com 24 anos. O barra-mansense partiu para a cidade São Miguel dos Milagres, em Alagoas, com um sonho em mente: tornar-se  um chefe gastronômico. Em abril de 2017, ele foi sequestrado e torturado até a morte por pessoas que se apresentaram como policiais, portando arma de fogo e trajando touca ninja.

Quando o crime ocorreu Henrique estava morando na cidade há oito meses. Ao saber que seu filho havia sido sequestrado, através de uma testemunha, Vera imediatamente foi até a cidade para ajudar nas buscas. Três dias depois o corpo foi encontrado.

Passaram quatro meses e o assassino foi identificado e preso. A denúncia oferecida pelo promotor, após as investigações, concluíram se tratar de extorsão mediante sequestro e tortura seguida de morte. O crime foi classificado como de ódio pelo fato do jovem estar se relacionando com a filha do acusado. Ainda de acordo com a investigação, o pai da garota não aceitava o relacionamento e orquestrou o crime juntamente com uma organização criminosa, da qual ele seria um dos líderes.

Após um ano e três meses preso e ter tido vários pedidos de habeas corpus negados, tanto em Alagoas, quanto em Brasília, houve uma manobra judicial contraria às decisões anteriores e ele foi solto.

Apesar de todo o conjunto probatório que consta no processo de quase mil e quinhentas páginas, o juiz resolveu absolvê-lo por inexistência de provas em fevereiro deste ano. O caso seguiu para o Tribunal de Justiça de Alagoas, onde a família, juntamente com seu advogado, apelaram e seguem na luta contra a decisão em conjunto com o MP, que também apelou.

-Meu filho foi submetido a horas de tortura , foi um crime bárbaro por motivo torpe e sem chance de defesa. Eu não vou me calar, a sociedade não pode se calar. Nenhum tipo de tortura pode ser aceita. O que eu vivi não quero que ninguém viva. Por isso eu e minha família estamos incansáveis em busca da justiça pelo Henrique, disse Vera.

A mãe fez questão de agradecer a todos os amigos e familiares que estão envolvidos nesse caso, em prol de um único objetivo, fazer justiça por Henrique.

-Desde o início tivemos um grande apoio de muitos amigos. Em especial do advogado que conduziu inicialmente o caso o Dr. Antônio Claudio Vianna. Ele sem dúvida foi uma pessoa importantíssima e um grande amigo que tem se dedicado muito para a resolver esse caso, completou.

O advogado Victor Gontijo Vieira, explicou que entrou no caso após o fim da instrução penal, já para apresentar alegações finais.

-Tão logo fui constituído para ser advogado da assistente de acusação, verifiquei que o processo havia transcorrido em segredo de justiça desde o início, sem qualquer fundamentação que justificasse tal medida. Por tal razão, requeremos ao juízo o imediato levantamento do sigilo dos autos, o que foi deferido após quase um mês do nosso peticionamento. Fato é que após a detida análise dos autos, não resta qualquer dúvida acerca da autoria do bárbaro crime cometido contra Henrique. Foi um ato atroz, vil, capaz de embrulhar o estômago de quem quer que seja.

-Em que pese a clareza da prova dos autos, o juízo de primeira instância optou por absolver o réu, razão pela qual tanto a assistente de acusação quanto o Ministério Público já interpuseram recurso de apelação, sendo certo que o processo se encontra no Tribunal de Justiça de Alagoas para julgamento. O que posso dizer, ao final, é que não descansaremos, garantiu o advogado.


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