Em época de férias escolares, torna-se comum o céu ficar repleto de pipas, um brinquedo antigo e teoricamente inocente, mas que pode virar uma arma letal nas mãos de pessoas que usam o cerol.
Em Volta Redonda, o ponto de encontro está sendo no Complexo Esportivo do Aero Clube. Dezenas e, em alguns dias, centenas de crianças, adolescentes e adultos invadem os campos ou até mesmo as avenidas do bairro para soltar as pipas. O pico do encontro é aos sábados e domingos no período da tarde.
“A graça da brincadeira é corta (um termo usado quando um pipa derruba a outra)”, conta um adolescente de 17 anos. Mas, para isso, é necessário passar cerol na linha. O jovem explica: “Mistura cola de madeira, lâmpadas fluorescentes e vidros miúdos e passa na linha”.
Porém, o uso do cerol é proibido, Lei 7189/86, os responsáveis por menores que se envolverem em acidentes relacionados com o uso do cerol serão responsabilizados, segundo a legislação. Quem é responsável para coibir é a polícia militar.
Mas quem não vê graça na brincadeira com cerol são os motociclistas. “Semana passada tive que passar com a mão levantada para não ser acertada pela linha”, contou um motoqueiro, que preferiu o anonimato.
Neste final de semana, aconteceu o encontro nacional dos motociclistas na Ilha São João, local próximo ao bairro Aero Clube: “Fiquei até assustado com a quantidade de pessoas soltando pipas. Não sou contra eles, mas deveriam ter mais cuidado com os motociclistas e com eles mesmo”, disse Carlos Eduardo Garcia, motociclistas que veio do interior de São Paulo.