Numa mensagem de áudio, que seria do motorista de aplicativo que agrediu mãe e filho em Volta Redonda, ele parece estar menos preocupado com a acusação de agressão do que com a própria imagem. E também teria afirmado não ter medo de ser pego pelo tráfico, conforme diziam os boatos.
“Eu não tô preocupado com traficante, essas coisas, não. Eu tô preocupado é com a minha imagem, né? Ela só filmou um trechinho, aquele trechinho em que eu tô indo embora. Ela falou aquela m** pra aparecer, né? Porque não tinha nada dentro do meu carro. Eu botei a mulher pra fora, entendeu?”, diz em certa parte.
“Aí eu vou embora. Eu vou embora, por quê? Por que eu vou ficar lá batendo papo com ‘pé de rato’? Não vou, cara. A pessoa quer confusão, quer treta, quer encheção de saco, entendeu? Eu vou embora! Eu vou embora e vou pegar a próxima corrida, depois a próxima, e a próxima, e a próxima… Depois de uma corrida ruim sempre tem uma corrida boa”, argumento ele, que finaliza:
“Se eu tivesse bola de cristal, eu não teria feito essa corrida. A gente não tem como prever que vai pegar uma ‘bucha’ dessa. Se eu soubesse, não tinha levado essa gente. Nem tinha cara, assim, de que iam me arrumar encheção de saco, treta, querendo ‘meter o louco’. Nem pareciam ter esse tipo de perfil, sabe? Eram duas ‘mulé’”.
Nesta quarta-feira (3), ele prestou depoimento aos policiais da Deam (Delegacia Especializada ao Atendimento à Mulher). Ele contou que foi hostilizado pela mulher e não reconhece as imagens feitas no bairro Conforto, onde ocorreu as agressões, segundo foi apurado pelo jornal Diário do Vale. Ele apareceu na delegacia sem a presença de um advogado.
A delegada de titular da Deam de Volta Redonda, Juliana Montes, concluiu o inquérito e foi encaminhado para o Ministério Público para prosseguimento da ação penal. Ele foi ouvido e liberado logo em seguida, respondo em liberdade por lesão corporal – agravamento por ser mulher e um criança.
Logo após o caso vir à tona, os aplicativos – 99 e Uber – baniram o motorista das duas plataformas. Além disso, o carro dele foi apreendido após ser constatado 18 multas e um débito de R$ 4,3 mil. Esse caso não foi primeiro que o motorista se envolve em confusão com passageiro.
Em outubro de 2020, ele agrediu e quebrou o celular de um passageiro em Barra Mansa. Ele se recusou a levar um passageiro ao bairro Paraíso de Cima, dizendo que lá “mora apenas bandido”. O caso também foi parar na delegacia na época. Além dessa confusão, o homem tem passagem pela polícia por furto, por uso de documento falsos, porte de drogas, danos, violências psicológicas com mulher e injúria.