Por Felipe Rodrigues
Dizem que não há amor maior que de um cão para com seu dono. Não é à toa que ele é considerado o melhor amigo do homem. Apesar de serem extremamente carinhosos, em muitos casos, eles são vítimas de maus-tratos e abandono.
Em contrapartida, tem aqueles que tratam seus cães como verdadeiros membros da família, se dedicando e buscando oferecer o melhor para que tenha uma vida longa e saudável.
A cada dia eles vêm se tornando mais humanos e populares entre os mais diversos animais. São companheiros para todos os momentos desde que o afeto seja recíproco. Os cachorros são capazes de demonstrar emoções com um simples abanar de rabo ou saltos empolgantes.
Pensando nisso, o TRIBUNA apresenta, nesta reportagem especial, três histórias de amor envolvendo os Pets e seus donos.
Um amor não substitui outro, mas pode somar
A pedagoga de Barra Mansa Ana Beatriz Reis, de 46 anos, e sua mascote, Yara, chamada carinhosamente de Yaya, é um grande exemplo de amor entre humanos e cães (foto acima)
Há nove anos as duas se conheceram, após Ana Beatriz perder outra cachorrinha, em decorrência de um parto. Para ela, aquele sentimento de luto jamais seria substituído, até que sua irmã chegou com a Yara, ainda bem filhotinha.
“Pouco tempo depois que a Anne morreu minha irmã chegou com uma cachorrinha falando que era de uma amiga. Naquele momento falei: ‘que cachorra feia.’ Ela me entregou disse que era minha, lembro que chorei feito criança”, relembrou.
A partir desse primeiro encontro, a relação entre as duas se tornou um grude. De acordo com sua dona, Yara é uma cachorra calma, porém quando chega em casa é uma festa. “Nossa relação é de mãe e filha mesmo. Temos um amor muito grande envolvido. Minha filha de quatro patas representa muito para mim”, expressou.
A pedagoga ainda lembrou de um período no qual ela foi submetida a uma cirurgia, no qual a pequena ficou o tempo todo do seu lado fazendo companhia.
“O cão sente quando seu dono está triste ou passando por algo difícil. Eles tentam nos proteger. Percebi isso quando eu fiz uma cirurgia e ela não saia do meu lado nem para comer. Ou quando viajo e minha família me manda foto dela na porta o dia todo esperando eu chegar”, contou.
Ana Beatriz ainda completou. “Esse é um dos amores mais puros e verdadeiros existentes, pois eles não querem nada em troca, apenas que seja retribuído o que eles oferecem”, esclareceu.
Amor ao primeiro encontro
A vontade de adotar um cãozinho já era algo que a jornalista Dalila Lemos, de 31 anos, analisava quando conheceu sua companheira de quatro patas, Isabel Gilberto, para os mais íntimos Bebel. O encontro entre as duas aconteceu há mais de dez anos, quando a jovem ainda era uma universitária. De acordo com Dalila, Bebel era uma cachorra de rua que ficava nas dependências da universidade.
“Em um dos intervalos da aula ela estava lá, eu a chamei e quando ela veio já deitou no meu colo. A partir daquele momento tive certeza que teríamos uma longa história”, expressou.
Apesar de, hoje em dia, ter uma vida muito melhor de que quando morava nas ruas, Bebel é uma cadela que ainda mantém antigos hábitos, como revirar lixo, entre outras coisas. Por isso a atenção de sua dona tem que ser redobrada.
“A Bebel saiu da rua, mas a rua não saiu dela. Então eu sempre tenho que estar de olho nela, pois na minha última distração, lá se foi um marmitex inteiro. Com a embalagem e tudo. Apesar disso, criei ela livre, não tanto quando eu queria, mas dou a liberdade dela. Nossa rotina incluiu passeios diários e muita troca de amor”, contou.
Dalila ainda falou sobre a representatividade de Bebel em sua vida e, também, sobre os aprendizados que tomou a partir dessa parceria.
“A Bebel representa uma infinidade de coisas pra mim. Com ela, eu aprendi a ser uma pessoa melhor. Aprendi a pensar mais no próximo, a ter mais paciência. Eu experimentei sentimentos intensos, o valor da lealdade, do companheirismo. Já errei muito na vida. Mas adota-la foi a decisão mais certa de todas”, pontuou.
A jornalista ainda completou.
“O amor de um cão pelo dono é capaz de amenizar qualquer sentimento negativo, eu acredito e vivencio isso com a Bebel. Esse amor é capaz de transformar o mundo”, concluiu.
Eles também tem a capacidade de ensinar
Um amor pode ser somado a outro e se tornar um só? Claro que sim! Quem comprova isso é a administradora, de 31 anos, Ana Lydia Plácido. Ela já tinha o Tzu quando a Zoé chegou em sua vida, ambos cachorros são da raça Shih-tzu. De acordo com ela, assim como os humanos são capazes de doutrinar o comportamento dos cães, eles também têm muito a nos ensinar.
“O Tzu me ensinou e ensina muita coisa, mas principalmente a amar de verdade de uma forma mais profunda. Já a Zoé me ensinou a ser mãe e que o amor só se multiplica, pois eu já tinha um cão, mas pude perceber que sempre haverá espaço para um novo amor”, relatou.
Outra coisa que Ana Lydia aponta é em relação a personalidade dos dois. Segundo ela, a Zoé é mais atrevida e gosta de brigar com os outros cachorros. Já o Tzu gosta de fazer amizades.
“No dia a dia ele é mais quieto e ela a agitada, mas quando saímos para passear na rua, ele gosta de andar mais rápido e ela de curtir tudo”, disse.
A cada chegada em casa a recepção é a mesma festa. Isso, segundo ela, representa uma demonstração amor incondicional e puro, pois eles não se importam quanto tempo ela fique fora, ou se é um dia em que eles não recebem tanta atenção, a alegria sempre é a mesma.
“Eles são maravilhosos, me ensinam algo novo a cada dia. São companheiros verdadeiramente leais. Na minha visão todos os animais são seres de luz. Eu acredito que dou muito amor a eles, mas eles retribuem muito mais”, finalizou.