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Educação volta ao trabalho e Sepe decide por greve em Barra Mansa



Por Tribuna


Mesmo sem previsão para o retorno das aulas presenciais, os profissionais da educação foram convocados para retornarem aos postos de trabalho em regime de plantão. A decisão foi tomada através da Ordem de Serviço assinada pelo secretário de Educação, Marcus Vinicius Pires de Barros, e enviada aos diretores das unidades escolares.

Foram convocados diretores, equipe pedagógica e administrativo, além de funcionários de apoio. Os professores ainda não foram convocados (confira o documento no final da reportagem). Eles trabalhariam nas terças e quintas-feiras.

Diante disso, o Sepe (Sindicato Estadual de Profissionais de Educação) de Barra Mansa convocou na última quarta-feira (12) uma assembleia de maneira remota e, por unanimidade, os participantes aprovaram a greve. O sindicato emitiu uma nota sobre a decisão e considerou como “uma ensaio para o retorno das aulas presenciais”. Segundo o Sepe, a greve é para salvar vidas.

No início da pandemia, prefeito Rodrigo Drable decidiu que a cidade não adotaria o EaD (Ensino a Distância) porque a maioria dos alunos não teria acesso à internet. Essa medida, agora, faz com que mais de 19 mil alunos corram o risco de perder o ano letivo.

Nota do Sepe de Barra Mansa

A Ordem de Serviço da SME, obrigando o retorno de parte dos profissionais da educação é o ensaio da reabertura das escolas.

Por conta do aumento de infectados pelo Corona Vírus, no Município de Barra Mansa, a Secretaria Municipal de Educação, na contramão do que os órgãos de saúde recomendam, qual seja, isolamento e o distanciamento social, como principais formas de evitar o contágio e propagação do vírus, editou uma ordem de serviço, onde decreta, de forma irresponsável, a volta de diretores, equipe pedagógica e administrativa bem como funcionários de apoio para que voltem ao retorno de suas atividades laborativas dentro das unidades escolares, em regime de rodízio e plantão.

Essa ordem de serviço nem sequer considerou risco maior aos que apresentam alguma comorbidade. Tal medida expõe a todos uma vez que Barra Mansa não tem um serviço hospitalar capacitado e à altura para atender a população em caso de um surto e o que é pior, os casos de infectados aumentam a cada dia.

Sem diálogo e transparência, o prefeito determina que esses trabalhadores retornem antes mesmo da definição oficial de retorno das aulas.

Até a presente data, o executivo, vinha seguindo as orientações dos especialistas da área da saude e ciência, conforme tem que ser, para o controle da pandemia, inclusive, em live do dia 10 de agosto, reafirmou não ter data prevista para a volta às aulas, salientando inclusive, a preocupação de maior proliferação do vírus.

Trata-se de um descaso com a saúde desses funcionários, que, caso retornem para as unidades escolares, sem ao menos um protocolo, podem ser infectados ou mesmo morrerem em virtude do quadro desesperador não só de nossa cidade, mas como de todo o mundo.

O prefeito Rodrigo Drable se responsabilizará pelas consequências graves que essa ordem de serviço pode gerar? Será o mesmo solidário com os  profissionais que  deverão estar nas unidades escolares?

Obviamente que não, uma vez que tal ordem de serviço nem sequer menciona profissionais que estão se resguardando desde o início dessa pandemia para salvarem suas vidas e dos cidadãos barra-mansenses, sem contar os profissionais que fazem parte do grupo de risco.

Com tudo isso, sem a menor necessidade, teremos uma sobrecarga no sistema de saúde, que já não é dos melhores e uma grande chance do aumento do número de infectados, porque o prefeito colocou os profissionais entregues à própria sorte.

Essa medida comprova somente uma coisa: a perseguição, que o prefeito falsamente atribui a seus adversários, em relação à Educação, com salários abaixo do mínimo, retirada de direitos aprovados quando o mesmo ainda era vereador, como o retorno das 40h semanais.

E por fim, deixa bem claro, o seu descaso e falta de consideração com a população de Barra Mansa “soltando” sem a menor coerência, uma ordem de serviço tão descabida, onde vidas são deixadas em segundo plano em prol de sua vaidade como “governante”.

Não aceitaremos e não  acataremos ordem tão insana e desprovida de coerência,

Nós, profissionais da educação, queremos viver e merecemos viver

Direção colegiada

SEPE BM/RC”

Nota da prefeitura 

A Prefeitura de Barra Mansa, por meio da Secretaria Municipal de Educação, informa que devido ao período de enfrentamento da Covid-19, ainda não há uma data prevista para o retorno das aulas, seguindo as orientações das autoridades sanitárias. Em contrapartida, o município segue realizando melhorias nas estruturas das escolas e trocando os mobiliários das unidades.

 

 


3 Comentários

    • Nacid Sales 11:52

      #GREVEPELAVIDA
      O ano está perdido para quem morreu, é uma irresponsabilidade obrigar os funcionários a um plantão num momento como este onde a pandemia segue vitimando nossa população. É criminoso colocar tantas vidas em risco sem necessidade, acaso o prefeito acha que o vírus tira folga nos dias que ele escolheu pro plantão? Não ao retorno desnecessário, sim a vida de todos nós.

    • Denise 12:18

      Acho válido fazer um tour pelas escolas pra verificar essas “melhorias”.
      Obras em época de eleição???? Kkkkkk. E ainda há quem acredite. #grevepelavida
      Todas as vidas importam!

    • Rafa 20:05

      Considero de extremo egoísmo essa atitude do SEPE! Em primeiro lugar a Educação não parou em nenhum momento, enquanto a maioria está em casa, cestas básicas foram entregues, escolas reformadas, pias instaladas, mobiliário está sendo substituído, sem contar o salário que não deixa de ser depositado em dia na conta de cada um que está em casa! Talvez o SEPE deve achar que essas coisas se realizam com todo mundo dentro de casa e são concebidas por obra da natureza…
      Em contrapartida um pai que perdeu seu emprego e precisou retirar o filho de uma escola particular não pode fazer a matricula de seu filho na rede pública porque o SEPE quer que seus associados continuem no conforto de suas casas recebendo seu salário sem poder comparecer ao trabalho mas podendo ir a mercados, shoppings, passeios dentre outros….
      As escolas do Estado estão funcionando em plantão, estabelecimentos comerciais estão funcionando, mas o SEPE quer que seus associados continuem em casa e não se importa com quem trabalha para o salário de quem está em casa não faltar e não se importa com quem precisa de atendimento nas unidades escolares. Faz tempo que o SEPE deixou de ser um local de luta pela valorização do profissional da educação e se transformou num pífio circo de pulgas onde o que só importa é a militância política…

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