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Confrontos entre facções do Rio assustam moradores de Angra dos Reis



Tiroteios e mortes têm assustados moradores de Angra dos Reis nos últimos dias. Levantamento do TRIBUNA mostra que pelo menos 12 pessoas morreram nesta disputa  entre traficantes em janeiro de 2018. As comunidades como Sapinhatuba 1, 2 e 3, Frade, Belém,  e Areal são as mais vulneráveis.

Segundo fontes policiais, o Comando Vermelho e Terceiro Comando da Capital estariam disputando pontos de venda de drogas em Angra. Um bando do CV teria chegado à cidade pela rodovia Rio-Santos, em caminhões baú, vindo da capital fluminense, para reforçar a quadrilha da cidade da Costa Verde.

“Não aguentamos mais isso. Parece que estamos no Rio. Isso tudo está acontecendo no mês de alta temporada. Estou insegura de ir trabalhar e não voltar por causa de bala perdida”, relata uma moradora do Frade, que trabalha com o turismo na cidade litorânea.

Na operação na madrugada desta segunda-feira (30) quatro carros de luxos foram apreendidos com placas do Rio e Belo Horizonte. Segundo a Polícia Civil, os veículos foram utilizados pelas quadrilhas. Todos os veículos foram furtados.

As apreensões foram uma resposta para a invasão no Sapinhatuba. Bandidos teriam, ainda conforme a Polícia Civil,  expulsado moradores da localidade para ficar com os imóveis. A população do bairro, inclusive, fez uma manifestação neste domingo (29) na Rio-Santos fechando a rodovia com pneus queimados (nas fotos) para chamar a atenção das autoridades.

Está marcada para essa quinta-feira (1º) uma nova manifestação: “Macha pela Paz em Angra”, que acontecerá no Centro, a partir das 17 horas.

Causas sociais

Segundo o último censo do IBGE, tem 34,2% (18.341) de seus domicílios em favelas, milhares de pessoas vivem em meio às disputas de duas facções do tráfico. A maior parte das comunidades é dominada pela maior facção do estado, a mesma que agora controla a Rocinha, no Rio.

Além disso, dados do Caged (Cadastro Geral de Emprego e Desemprego) mostram que Angra dos Reis teve o pior desempenho em todo o Sul Fluminense. Em 2017, a cidade litorânea fechou com um saldo negativo dede 1.204 postos de trabalho – foram 9.554 demitidos e 8.350 contratados em 2017. Um exemplo da retração da economia de Angra é o Estaleiro Brasfels que já teve 12 mil operários e hoje não passa de dois mil.


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