A direção do Instituto Municipal Philippe Pinel (IMPP), em Botafogo, na Zona Sul do Rio, denunciou uma ‘visita de inspeção’ realizada pelo vereador do Rio Gabriel Monteiro, no último dia 6. Segundo a unidade psiquiátrica, Gabriel e sua comitiva teriam intimidado e constrangido funcionários, e ainda estiveram nas enfermarias gravando pacientes acometidos por transtornos mentais e em crise.
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que o caso será encaminhado à Comissão Ética da Câmara de Vereadores. Monteiro afirma que recebeu autorização para entrar no local.
Em uma nota de repúdio, a direção do IMPP narra como foi a a inspeção realizada pelo vereador. Segundo eles, Monteiro estaria armado com uma pistola na cintura e chegou ao local por volta das 14h da última quarta-feira, acompanhado de cerca de sete homens que integram sua comitiva. Esses homens estariam vestidos de preto e roupa camuflada.
O grupo estaria com câmeras em mãos e se apresentaram como agentes públicos em serviço, de acordo com a nota.
“Esses homens se apresentaram como agentes públicos afirmando estarem ‘trabalhando’. No entanto, o que foi visto, foi uma verdadeira intimidação e constrangimento de servidores em exercício de suas funções, pelo uso da força e do total desrespeito, além de nossas imagens serem indevidamente gravadas e postadas em redes sociais”, relata um trecho do documento.
Ainda segundo a direção da unidade, Monteiro e sua comitiva ainda entraram nas enfermarias.
“Não suficiente, essa referida comitiva também esteve nas enfermarias gravando pacientes acometidos por transtornos mentais e em crise, sem a menor consideração à ética. Esse é apenas um breve relato do horror que vivemos nesta última quarta-feira”, contaram, em nota.
O caso foi comunicado à Secretaria Municipal de Saúde, que informou, através da assessoria de imprensa que “documentos relativos à visita serão encaminhados à Comissão de Ética da Câmara de Vereadores”.
Procurado, o vereador Gabriel Monteiro afirmou que entrou no Instituto Municipal Philippe Pinel com a anuência do hospital para fiscalizar a direção. Ainda segundo ele, foram encontradas irregularidades em folhas de ponto.
“Ele entrou com a anuência do hospital, tanto é que fiscalizou a direção e encontrou folhas de pontos adulteradas. Uma das diretoras confessou, após o flagra, que ficou um mês sem assinar a folha de ponto. E mesmo assim recebeu dinheiro público. Médica batendo ponto dia 12, estando no dia 7”, falou.
De acordo com Monteiro, pacientes também denunciaram as condições da instalação.
“Os pacientes denunciaram as péssimas condições de instalação. Os ar condicionados foram colocados para os médicos e não para os pacientes. Os pacientes quiseram falar, pediram, pois alegaram que a direção vira as costas”, disse.
Sobre estar armado, o vereador disse que tem porte de armas e que possui escolta oficial. Ele ainda alega que não usaram e nem ostentaram nenhum armamento. (O Dia)