No cafezinho de hoje, já com aroma e sabor de renovação encorpada de grãos selecionsdos; vamos falar de uma raridade aos nossos padrões: Aos 72 anos, Eliana Calmon, nascida em Salvador, foi a primeira mulher a ocupar o cargo de ministra do Superior Tribunal de Justiça. Ela critica a impunidade entre juízes, Eliana ganhou projeção nacional em 2011, quando afirmou que “bandidos de toga” estavam infiltrados no Judiciário.
A juíza ocupava na época o cargo de corregedora nacional de Justiça. Alguns dias atrás, a jurista concedeu uma entrevista ao EL PAÍS, na qual narrou como vê os escândalos de corrupção da Petrobras, que mobiliza juízes de diversas instâncias com processos da Operação Lava Jato. Na entrevista, a meritíssima afirmou que é preciso apurar a responsabilidade do Judiciário no caso.
Ela, na entrevista, disse: “A Lava Jato foi um divisor de águas para o país. A partir dela vieram à tona as entranhas do poder brasileiro, e sua relação com a corrupção em todos os níveis de Governo. Mas para que tudo isso fique muito claro, seja passado a limpo de fato, precisa se estender para todos os poderes. Muitos fatos envolvendo o Executivo e o Legislativo vieram à tona, mas o Judiciário ficou na sombra, é o único poder que se safou até agora”.
E quando questionada, se os membros do Judiciário também tiveram um papel no escândalo de corrupção ela foi bastante enfática:
“O que eu acho é o seguinte: a Odebrecht passou mais de 30 anos ganhando praticamente todas as licitações que disputou. Enfrentou diversas empresas concorrentes, muitas com uma expertise semelhante, e derrotou todas. Será que no Judiciário ninguém viu nada? Nenhuma licitação equivocada, um contrato mal feito, que ludibriasse e lesasse a nação? Ninguém viu nada? Por isso eu digo que algo está faltando chegar até este poder. Refiro-me ao Judiciário como um todo, nas três instâncias. Na minha terra, na Bahia, todo mundo sabia que ninguém ganhava nenhuma causa contra a Odebrecht nos tribunais. O que eu questiono é que em todas estas décadas em que a empreiteira atuou como organização criminosa nenhum juiz ou desembargador parece ter visto nada… E até agora nenhum delator mencionou magistrados”.
Nos cabe questionar simplesmente porque? Me lembro que o processo contra o Juiz Nicolau dos Santos Neto levou anos a fio para chegar nele sobre os desvios e superfaturamento da obra que foi o Tribunal Regional do Trabalho, localizado no bairro Barra funda na capital paulista.
Cabe ao novo presidente quebrar este guarnecimento sobre o judiciário e seus respectivos togados, pois parece que é impossível, até que se prove que é factível. E está na hora de Jair Bolsonaro mostrar ao que veio e limpar o país em todas as esferas do poder.
Roger Soares é militar da reserva, ex-bombeiro no Estado de São Paulo, técnico em emergências médicas, apicultor, professor de educação física, e consultor de negócios e investimentos.