O movimento grevista dos caminhoneiros já está surtindo efeito em apenas 48 horas. As empresas de ônibus, que atendem Volta Redonda, Barra Mansa, Resende e Angra dos Reis, anunciaram a redução da frota nas linhas municipais por conta da possível falta de combustíveis.
A viação Cidade do Aço, por exemplo, formou uma fila para abastecer num posto de Barra Mansa. A empresa São Miguel, de Resende, reduziu em 40% o número de ônibus nas ruas.
O Senhor do Bonfim, em Angra dos Reis, assim como a Sul Fluminense, Elite e Agulhas Negras (todas de Volta Redonda) e Auto Comercial (Barra Mansa) também reduziram suas frotas nas ruas.
As viações alegam que já estão faltando combustíveis nos postos das empresas. A redução dos ônibus nas ruas é para evitar um colapso no transportes públicos.
Em Volta Redonda, a previsão é que até quinta ou sexta-feira, acabe os combustíveis nos postos, caso a greve continue.
Porém, num posto do bairro São Geraldo (na foto) já não há mais gasolina – em menos de três horas, foram vendidos 38 mil litros de gasolina. Em Resende, empresas tiveram a produção interrompida ou reduzida pela falta do óleo diesel.
O secretário de Transporte e Mobilidade Urbana do município, Wellington Silva, disse qua o fornecimento de combustíveis e possível comprometimento no transporte público. “As empresas de ônibus trabalham com estoque, mas se a paralisação se prolongar muito pode haver problemas”, acredita Wellington.
Segurança comprometida
Fontes ligadas à 5ª Cia da Polícia Militar afirmam que a ordem do comando geral é que há diminuição de números de rondas pelas cidades – Volta Redonda, Barra Mansa, Resende, Porto Real, Quatis, Angra dos Reis, Rio Claro, Paraty, Pinheiral e Barra do Piraí.
As viaturas ficarão em paradas em pontos estratégicos na cidade, sem a realização de ronda – para que haja combustíveis em operações especiais e emergenciais.
Serviço público pode ser prejudicado.
Em Volta Redonda, secretários municipais trabalham com a possibilidade de desabastecimento e atraso na realização de serviços de manutenção na cidade.
Para o secretário de Saúde de Volta Redonda, Alfredo Peixoto, a paralisação pode impactar a saúde da mesma forma que vai impactar o Brasil, com o desabastecimento.
“O fornecimento de medicamentos e insumos em geral pode ser atrasado”, disse, acrescentando que temos que torcer para que não haja bloqueio nas estradas, que podem prejudicar o transporte de pacientes que fazem tratamento fora de Volta Redonda e até análise de sangue, por exemplo, quando tem que ser feita em outro município.
Manifestação continua na região
Na região, os manifestantes estão concentrados nas rodovias BR-393 e Via Dutra. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, na BR-393, o movimento está em dois pontos: em Volta Redonda e Paraíba do Sul. Os grevistas estão ocupando o acostamento.
Na Via Dutra apresenta alguns pontos de concentração de caminhões no acostamento, em Barra Mansa: Km 276 (dois sentidos, e retorno interditado em função de excesso de caminhões), Km 273 (sentido RJ), Km 269 (sentido SP), Km 267 (sentido SP) e Km 265 (sentido SP).
“Muitos caminhões encontram-se estacionados ao longo dos postos de combustíveis. De fato, os caminhões não têm rodado pelo trecho, que apresenta pista liberada em todos os pontos”, divulgou a PRF.
Segundo informações da Polícia Rodoviária Federal, veículos de passeio, ônibus, veículos de emergência, ou qualquer outro que não seja transportador de cargas, passa sem qualquer problema. A BR-101, no trecho de Angra dos Reis e Paraty, não há registro de manifestantes.