Por Tribuna
Uma das disputas mais acirradas da história, a eleição para presidente nos Estados Unidos tem agora desfecho. Foi confirmado no início da tarde deste sábado (7) Joe Biden é o novo presidente dos EUA. Ele venceu no estado do Pensilvânia, conquistando 20 delegados.
Agora, o número de delegado é 284 contra 214 de Trump. O resultado saiu no momento em que o Trump, atual presidente do EUA, estava jogando golfe. Biden ainda lidera outro três estado – o vai fazer a diferença crescer ainda mais.
Quem é Joe Biden
Quem é Joe Biden?
Joe Biden sofreu profundas perdas pessoais e viu suas primeiras ambições políticas obstruídas, mas o veterano político democrata agora espera cumprir sua promessa de unificar os Estados Unidos. Não é comum que os perfis dos dois candidatos à presidência dos Estados Unidos sejam tão diferentes, mas na disputa de 2020 a personalidade amigável de Biden, com sua origem modesta, se opõe à personalidade exultante de Trump, um empresário que nasceu em um círculo de privilégios mas que insiste ser o o candidato ‘outsider’.
Em sua longa ambição de chegar à Casa Branca, que começou há décadas e inclui duas tentativas infrutíferas, Biden, otimista com base eleitoral em Delaware afirmou que pode mudar o estado de espírito dos Estados Unidos, passando da “raiva e suspeita à dignidade e respeito”.
Aos 77 anos, Biden tornou-se a pessoa mais velha a assumir a presidência dos Estados Unidos. Ele vai herdar um país afetado por uma pandemia que avança e provocou mais mortes que em qualquer outro país, assim como uma presidência que considera manchada pelas “mentiras” de Donald Trump.
Biden entrou para a política nacional aos 29 anos, quando conseguiu uma surpreendente eleição como senador por Delaware em 1972. Mas apenas um mês depois uma tragédia abalou sua vida, quando sua primeira esposa, Neilia Hunter, e sua filha de um ano morreram em um acidente de carro quando saíram para comprar uma árvore de Natal.
Seus dois filhos ficaram gravemente feridos, mas sobreviveram ao acidente. O mais velho, Beau, morreu vítima de câncer em 2015. As tragédias ajudaram a cimentar a empatia com a opinião pública americana.
Suas habilidades são polivalentes. Da mesma forma que sorri em um auditório lotado de estudantes universitários, Biden é capaz de conectar-se com operários de áreas em crise econômica ou expressar duras críticas aos rivais.
Esta habilidade foi cerceada em 2020, quando a crise do coronavírus freou a campanha presencial e o deixou confinado em casa, local do qual saiu poucas vezes nas últimas semanas.
Biden não tem a mesma força que durante os oito anos em que foi vice-presidente de Barack Obama e, apesar de conservar o sorriso de comercial, seus passos são mais lentos. Os críticos e os próprios democratas questionaram durante a campanha se a sua propensão a gafes seria um destaque durante a campanha contra Trump.
Trump explora o tema e o chama de “Joe, o dorminhoco”. Também o acusou de sofrer uma deterioração cognitiva. Biden tentou responder os ataques e, em um momento de frustração depois que o presidente o interrompeu diversas vezes no primeiro debate da campanha, questionou exasperado: “Cara, você não vai se calar?”.
Quando foi eleito pela primeira vez, era um dos senadores mais jovens no Capitólio, onde passou décadas antes de ser o vice-presidente de Obama por oito anos.
A mensagem de Biden se articula em grande medida em associação com seu estilo moderado durante o governo de Obama, mas durante a campanha prometeu que como presidente adotará posturas mais progressistas nas áreas da mudança climática, justiça racial e alívio da dívida estudantil.