Cidades

Estudante contratou ‘serial killer’ para matar pai envenenado




As investigações identificaram que Michele Paiva da Silva, de 43 anos, contratou uma serial killer para envenenar e matar o pai, Neil Corrêa da Silva, 65, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. A estudante de Direito está presa por suspeita de participação no homicídio. Policiais civis realizam a exumação do corpo do idoso, na manhã desta quinta-feira (9), no Cemitério Memorial do Rio, em Cordovil, na Zona Norte.

A apuração sobre a morte começou após agentes do 1º Distrito Policial de Guarulhos, delegacia no Estado de São Paulo, identificarem uma série de óbitos por envenenamento com envolvimento da estudante de Direito Ana Paula Veloso. Ela é amiga de Michele e ambas estavam juntas quando o idoso teria sido envenenado.

O delegado Halisson Ideião Leite, responsável pela investigação, contou que Michele pagou Ana para matar o próprio pai em abril deste ano. A vítima teria sido envenenada ao comer uma feijoada em casa.

“Tudo meticulosamente premeditado. A Michele financia a vinda da Ana Paula para o Rio, faz um PIX e ela compra a passagem. Ela vem no dia 24 de abril, fica até o dia 27 e a morte ocorreu no dia 26. Veio só pra isso, fez o que se propôs a fazer e voltou. Não há qualquer tipo de dúvida sobre a participação delas nesse crime. A investigação continua, terão o direito de dar suas versões e apresentar provas, mas os elementos dos autos são bastante robustos e temos total convicção do que está lá”, disse.

Segundo o delegado, o homicídio pode ter motivação financeira, pois Michele se beneficiaria com a morte do pai. Além disso, os familiares teriam uma má relação. Halisson ainda informou que Ana, que também está presa, recebeu R$ 1400 de Michele para matar Neil. O combinado era R$ 4 mil, mas valores emprestados pela filha da vítima anteriormente teriam sido descontados.

“Ana e Michele eram colegas de sala, cursavam Direito aqui no Rio até que Ana Paula migra para São Paulo, especificamente na cidade de Guarulhos, onde continua a estudar. A amizade entre elas surgiu na faculdade e continuou a partir daí. Desde que chegou a São Paulo, Ana passou a fazer parte de várias ocorrências. Ela participou de um evento de um suposto bolo envenenado que ela seria vítima de uma ameaça. Essa suposta vítima se tratava na verdade de uma serial killer, que a gente descobriu que ela era mentora e executora de quatro homicídios qualificados. A gente conseguiu provar esse crime contra Neil a mando da própria filha, que conversou com a Ana Paula e juntas armaram o plano para eliminá-lo”, contou.

De acordo com as investigações, o crime também teve participação de Roberta Cristina Veloso, irmã gêmea de Ana.

“As conversas que existem são a maioria entre a Ana Paula e a irmã gêmea dela, que também está presa e participou dessa morte. Nas conversas, elas utilizam códigos e comentam a motivação, a forma como seria feito, quanto seria pago e quanto custaria para ser feito. Embora Roberta tenha permanecido em Guarulhos na ocasião da morte do Neil, ela instigou, auxiliou e recebeu pela morte. Os elementos estão no processo e são robustos que trazem total credibilidade para nossa investigação”, completou o delegado.

Policiais civis de São Paulo, com apoio de agentes da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), estão no Cemitério Memorial do Rio, em Cordovil, na Zona Norte, para exumar o corpo com o objetivo de realizar exames que comprovem o envenenamento.

Michele foi presa, na última terça-feira (7), quando chegava em uma universidade no Engenho Novo, na Zona Norte. A mulher estava com mandado de prisão temporária em aberto expedido pela Comarca de Guarulhos.

A reportagem tenta localizar a defesa das suspeitas. O espaço está aberto para manifestação.


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