Por Tribuna
As enfermarias – identificadas como Clínicas Médicas – estão vazias no Hospital Regional Zilda Arns, que é administrada pelo Governo do Estado. A unidade médica não recebe mais pacientes de média complexidade.
O TRIBUNA conseguiu imagens internas do hospital que mostram os corredores escuros e sem nenhum paciente. São imagens das enfermarias dois, três e cinco (veja abaixo). A unidade tem seis centros médicos.
Há três meses, a OS (Organização Social) que administra o local, não recebe o pagamento do governo do estado.
Mas a falta do repasse não afetou o pagamento dos funcionários continuam recebendo em dia, segundo apurou o TRIBUNA.
Na última atualização, dos 80 leitos de UTI, 30 estão ocupados e 50 sem funcionamento – mas com os equipamentos.
Todos são pacientes da região Sul Fluminense. O Ministério Público recomendou o estado quitar a dívida e retomar a internação na unidade.
Comércio Fechado
Em transmissão ao vivo pelas redes sociais, o prefeito de Volta Redonda, Samuca Silva, anunciou o fechamento das atividades econômicas da cidade por sete dias, a partir desta sexta-feira, dia 26.
O motivo é o aumento do número de casos e de ocupação de leitos hospitalares, tanto de média quanto de alta complexidade.
Outro agravante é a informação de que o Hospital Regional não irá receber novos pacientes de Covid-19. Atualmente, há dez moradores de Volta Redonda internados na unidade hospitalar. ‘
‘Se essas pessoas estivessem internadas na nossa rede, teríamos 70% dos leitos de UTI/CTI na rede municipal, um número acima da média. Por ora, o Hospital Regional não irá aceitar mais pacientes e isso implica em uma sobrecarga maior da nossa rede”, explicou Samuca.
Com isso, o prefeito decretou o fechamento das atividades econômicas na cidade por sete dias a partir de sexta-feira. Ficam abertos apenas os serviços considerados essenciais, como supermercados e drogarias.
Ainda na live, o prefeito lembrou que, desde o início da pandemia, a estratégia municipal foi garantir a capacidade de atendimento à população visando salvar vidas.
”Não podemos ver cenas em Volta Redonda de pessoas sofrendo atrás de leitos para salvar seus parentes, seus entes queridos. Essas cenas vimos em outras cidades e lamentamos. Mas não vamos deixar isso acontecer aqui”, afirmou Samuca, ressaltando que o município é referência em saúde na região, que acabará sendo afetada também por conta da não regulação para o Hospital Regional.
”Não podemos nos omitir nesse momento. Nosso objetivo é salvar vidas e é isso que estamos buscando, através de um parecer técnico da Secretaria de Saúde”, disse, destacando que a cidade teve um aumento de mais de 900% de ocupação de UTI na rede municipal de saúde. ‘
‘Infelizmente vimos cenas de aglomeração, festas, churrascos, comércios e bares cheios. Isso não pode acontecer”, comentou o prefeito.
Samuca atualizou ainda os dados da cidade. Agora são 1.301 casos confirmados e 5.217 notificados como suspeitos. Os curados são 1.037 e 1.488 exames deram negativos.
São 59 óbitos em Volta Redonda. Houve um aumento de 4,65% dos casos suspeitos, ocupação de 8,77% dos leitos do Hospital de Campanha e 30% dos leitos de UTI da rede municipal (sem contar o Hospital Regional).