Saudosismo, lembranças e muitas histórias. Esses são apenas um dos sentimentos de quem viveu a melhor época quando tratamos de shows, músicas, bandas e grupos. Muitos que puderam curtir os anos 80 e 90 garantem que não houve período melhor para curtir a night da melhor forma possível. O tempo passa, as coisas mudam, mas a lembrança e a saudade são para o resto da vida.
O especial dessa semana do TRIBUNA, produzido pelo repórter Felipe Rodrigues, vai te levar de volta ao passado e relembrar a trajetória de alguns artistas da região, que hoje são renomados e referências na arte de saber fazer música.
Sérgio Mama
Com uma vasta carreira, comandando as pick ups das principais casas noturnas da região, o DJ Sérgio Mama, iniciou sua carreira na música ainda muito jovem. Aos 14 anos, na década de 80, ele já mostrava sua verdadeira paixão, o embalo da música. Mas foi a oportunidade de assumir a ausência de outro deejay no Clube dos Funcionários que trouxe ao artista uma maior visibilidade. “Aos 14 anos eu fazia o Hi-fi do Clube dos Funcionários, um dos diretores me viu tocando e com a falta do outro artista fui o substituto”, explicou garantindo que se manteve no clube até os 18 anos.
Logo após sua saída do clube, ele fundou a boate Porão e ficou por lá durante um longo período, além de começar a atuar como MC em uma rádio. Hoje, Sérgio trabalha como coordenador do Sistema Sul Fluminense Comunicação da Rádio Sociedade, onde ele apresenta dois programas.
Sobre os anos 80 e 90, de uma forma geral ele classifica com a verdadeira década de ouro da música, além de garantir que o mundo e as pessoas eram bem melhores. “As pessoas conversavam mais na noite, se permitiam conhecer pessoas novas, eram sensíveis. Em relação a música, a qualidade não é mais a mesma, principalmente ao se tratar das letras. Não vemos mais bandas, ou grandes cantores jovens fazendo sucesso, o rock nacional está cada vez mais distante”, refletiu o deejay.
Apesar de estar sempre atento às inovações e nas mudanças, Sérgio garante que o seu estilo se manteve e afirma que o seu ritmo agrada muito todo o tipo de público. “Eu particularmente como DJ só toco música antiga. O que eu mais sinto falta na música é a qualidade da letra, do disco de vinil, não que eu seja saudosista extremo, mas nem toda mudança é agrada todo mundo”, esclareceu.
Figurótico
Em meados dos anos 80, surgiu um dos grandes músicos da região Sul Fluminense. Seu pseudônimo: Figurótico. Os fatores cruciais para o interesse artistas na música foi a sua participação no primeiro Rock in Rio que, segundo ele, teve a melhor plateia do mundo. O lançamento do disco “Nós Vamos Invadir Sua praia”, do Ultraje a Rigor, foi o grande responsável por torná-lo músico. Seu início não foi diferente de muitos outros artistas da região, curtir as bandas da época como Ira!, Titãs, os brasilienses Plebe Rude e os cariocas Lobão, Barão Vermelho e Paralamas do Sucesso, foram suas inspirações. Aos 10 anos começou a estudar violão e com apenas 14 já dava aula para os alunos iniciantes.
“Nunca mais parei com a música. Montei as primeiras bandas, até que fui chamado para o grupo Madeira de Lei no início da década de 90”, contou, acrescentando que a banda durou até 95. Logo após, o músico passou a fazer o circuito da noite, tocando em bares e noite em geral, ao lado de Toni Madeira. “Fazíamos mais de 150 shows por ano. Duramos até janeiro de 2001, quando finalmente montei minha primeira banda, Figurótico”, explicou.
O músico, que é um roqueiro de carteirinha, sente falta de eventos voltados para o público, como casas de rock e festivais como Freakshow, porém afirma que cada década traz um comportamento diferente da outra.
“A década de 80 difere de 90, e a de 90 divide entre a primeira e a segunda metade. Na primeira ainda tínhamos um público oriundo da década de 80, galera ligada exclusivamente em rock em sua maioria. Já a segunda metade houve a ascensão do Axé Music, uma mudança drástica no público da noite”, relembrou.
Figurótico viveu muitos momentos inesquecíveis na carreira, mas a participação na da gravação do DVD de 30 anos do Biquini Cavadão em 2014, e a participação em 115 shows da turnê que atravessou o país até o réveillon de 2016, foi muito especial em sua trajetória.
Jorge Guilherme
Uma mistura de rock, pop, soul e MPB, embalam as noites de quem curte o som do cantor volta-redondense Jorge Guilherme. O artista começou na música ainda criança, aos 10 anos ele fazia parte de um coral, na década de 80. De lá pra cá o artista garante que teve muitas oportunidades e grandes momentos marcantes como a gravação do primeiro DVD, em Volta Redonda. Assim como diversos outros artistas da região, ele também encontrou dificuldades ao longo da carreira, mas persistiu e aos poucos tem conquistado seus objetivos.
Em relação ao passado, Jorge garante que a saudade é algo comum. “Tenho muitas boas lembranças do passado, sinto saudade de coisas que vivi, mas a mudança é algo necessário, além de normal”, explicou o cantor.
O músico ainda garantiu que toda a mudança deve ser vista como nova oportunidade de aprendizado. Porém ele contou que a região está muito carente de casas noturnas com participação de bandas ao vivo. “Nós temos um espaço em bares, isso é maravilhoso, mas termina cedo. “As madrugadas estão em falta com opções como estas que sempre agradou todo tipo de público”, considerou o cantor.
O artista já possui três CDs gravados e dois DVDs e, na sua lista de canções, possui grandes sucessos que embalaram as novelas Guerra dos Sexos, Tititi, ambas na Rede Globo. Além de outras canções que embalaram as novelas do SBT, interpretas por outros artistas.