Um incêndio atingiu um edifício em construção do Instituto Serum, a empresa da Índia que produz vacinas com tecnologia da AstraZeneca e da Universidade de Oxford, nesta quinta-feira (21), na cidade de Pune.
O estoque de vacinas e a indústria onde elas são feitas estão seguras, segundo o jornal “Times of India”. Atualmente, o Instituto Serum produz cerca de 50 milhões de doses da vacina por mês em outras unidades do complexo.
A empresa também vai começar a produzir as vacinas desenvolvidas pela empresa norte-americana Novavax.
As redes de TV indianas mostram uma coluna de fumaça cinza acima da sede da empresa. Em uma rede social, o diretor-executivo da empresa, Adar Poonawalla, agradeceu a todos pela preocupação e pelas orações.
“Até agora, o mais importante é que não houve vidas perdidas e nem grandes lesões por causa do fogo, apesar de alguns andares terem sido destruídos”, afirmou.
Os bombeiros afirmaram que ao menos cinco caminhões foram enviados para combater o fogo no prédio.
Ainda não se sabe o que causou o incêndio.
Maior produtor do mundo
O Instituto Serum é o maior fabricante de vacinas do planeta. Lá são produzidas 1,5 bilhão de doses de para várias doenças, de poliomielite a caxumba. A estimativa é que seis em cada dez crianças no mundo recebam pelo menos uma vacina fabricada pela empresa indiana.
Nesta semana, a Índia começou a exportar as vacinas produzidas pelo Instituto Serum para seis países, mas não para o Brasil.
O Brasil espera a liberação da exportação de dois milhões de doses da vacina Oxford/AstraZeneca que estão na Índia, mas as relações diplomáticas entre os dois governos enfrentam dificuldades há três meses por causa da posição assumida pelo Brasil numa reunião na Organização Mundial do Comércio (OMC).
A reunião foi em meados de outubro de 2020.
A África do Sul e a Índia apresentaram um pedido ao Conselho de Propriedade Intelectual da Organização Mundial do Comércio para suspender temporariamente os direitos de patentes de insumos e equipamentos médicos para combater a Covid-19, até que a maioria da população mundial estivesse vacinada.
O acordo de propriedade intelectual da OMC já prevê a flexibilização dos direitos de patentes em casos como esse, mas é preciso liberar um produto de cada vez em cada país, e o argumento era de que não havia tempo a perder.
Os representantes do governo brasileiro se manifestaram dizendo que “não estavam convencidos que a suspensão dos direitos de propriedade iria garantir a nós um aumento significativo de acesso aos produtos, e poderia dar um sinal errado a inovadores e até prejudicar esforços para produzir as soluções que precisamos”.