Cidades

Jovem denuncia ter sido vítima de racismo na véspera de Nata




Uma mulher de 23 anos denunciou ter sofrido injúria racial na Estrada do Portela, em Madureira, Zona Norte. Vitória Mirian, que trabalha em uma galeria, afirmou que foi chamada de “macaca” durante o expediente e ameaçada por uma mulher na véspera do Natal. O caso ganhou repercussão e fez com que artistas e famosos se manifestassem nas redes sociais, cobrando ações das autoridades.

Vitória disse que durante o horário de almoço na terça-feira (24), foi a uma loja da região para conversar com uma amiga. A acusada, que estava próxima, ouviu a conversa das duas e, minutos depois, deu início às agressões verbais.

“Era uma conversa de amigas, normal. A minha amiga soltou uma palavra que a gente riu. Nisso, essa mulher ouviu a palavra e também riu. Eu falei: ‘Amiga, ela ouviu a palavra, que vergonha’. Aí, eu retornei para a minha loja e a mulher foi até a loja da minha amiga. Chegou lá e as funcionárias gritaram. Ela conseguiu falar com a minha amiga e disse: ‘Eu tenho pai preto, então eu tenho direito de fala, você e aquela macaca ali’, apontando para a loja onde eu tinha entrado”, disse Vitória.

A vítima retornou à galeria onde trabalha, pois precisava bater o ponto. Na quinta-feira (26), ela soube de detalhes do ocorrido e discutiu com a acusada, que respondeu em tom de ameaça, conforme relatado no registro de ocorrência.

“Retornando para o meu trabalho, me contaram exatamente tudo. Eu fiquei chocada. Pensei que precisava dos vídeos, pois precisava correr atrás dos meus direitos. Fui até a loja para conversar, resolver de uma forma amigável, mas não consegui. Aí, teve ameaças. ‘Moro no morro tal, toma cuidado’. Foi pior ainda. Falou que ia dar a vida para me tirarem da loja. Foi um dos motivos que mais me deixou abalada, porque eu tenho filho, e tenho que passar por essa situação no bairro que sou criada desde pequena. Foi constrangedor”, afirmou.

Vitória explicou que sua família serviu como motivação para que ela buscasse as medidas cabíveis. “Não foi a primeira vez que sofri um racismo, mas foi a primeira vez que me impus. Fui atrás dos meus direitos porque não quero ser mais uma. Eu tenho filho e pensei nele. Pensei que se eu não correr atrás, amanhã vão fazer com ele, e eu não quero que ele tenha essa imagem de que podem me chamar disso e aquilo e eu vou relevar. Não. Temos os nossos direitos”, afirmou.

O caso foi registrado na 29ª DP (Madureira). A Polícia Civil ouviu a acusada e os agentes tentam agora identificar testemunhas para prosseguir com as investigações.


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