Segundo médicos do Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a vítima chegou ao hospital à beira da morte, após sofrer quatro paradas cardíacas, além de apresentar vômitos esverdeados e vários hematomas por todo o corpo. Na ocasião, mães presentes no hospital acionaram a polícia ao se depararem com o estado da criança. A mulher chegou a precisar de proteção para evitar um possível linchamento.
Durante as investigações, os agentes descobriram que a criança já havia sido obrigada a ingerir fezes e frequentemente era trancada sozinha em banheiros escuros. Apesar de ter negado o crime, uma troca de mensagens entre a mãe e o padrastro apontou que ela sabia das agressões e chegou a dizer que não poderia levar a filha a um hospital. “Ela não para de vomitar um líquido verde”; “Ela está vomitando muito com dor no corpo”; “Ela só pediu água e, mesmo assim, ela colocou pra fora”; “Agora estava se batendo e tremendo”. “Não posso levar ela na UPA”, diz a mulher em conversa com Israel.
As agressões, segundo a polícia, eram constantes e disfarçadas com justificativas como quedas ou acidentes. A criança permanece internada, entubada e em estado grave, correndo risco de vida. A delegacia responsável pelo caso ainda apura se as irmãs da menina, também menores e residentes na mesma casa, foram vítimas do padastro. Israel já tinha duas anotações criminais por violência doméstica e importunação sexual, incluindo uma em que se exibiu nu para uma criança de 12 anos. Ele negou ter agredido a enteada, referindo-se a ela como “amorzinho”.