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Mulher de Barra Mansa que teve coronavírus sofre preconceito




Depois de 15 dias em isolamento domiciliar, em Barra Mansa, a primeira infectada por coronavírus no Estado do Rio foi liberada, ontem à tarde, para retomar sua vida. Ela já não apresentava mais os sintomas há dez dias.

Passado o susto após uma viagem à Europa com o marido, agora o desafio é encarar o preconceito de alguns moradores da cidade e os ataques que vem sofrendo desde que o seu caso foi noticiado.

“Minha cidade é muito pequena, tem cerca de 180 mil habitantes. Entendo que as pessoas estejam assustadas, mas eu também não tenho culpa. Nas redes sociais estão compartilhando a minha foto e me xingando, dizendo que sou uma desgraçada. Há quem diga que eu deveria ter morrido na Europa”, conta ela, que pediu para não ter identidade revelada, em entrevista ao Dia.

“Inventaram áudios de WhatsApp como se fosse eu dizendo que fui levar um filho na escola e brinquei com várias crianças, mas é mentira. Eu nem tenho filhos, moro só com meu marido e cumpri a quarentena”.

O caso da servidora, que agora não corre mais risco de transmitir a doença, só foi taxado como suspeito para a Covid-19 porque ela havia voltado recentemente da Itália. Ela não apresentou os sintomas principais da doença, como febre.

“Além de dor no corpo, eu sentia muita dor de cabeça acima dos olhos. Pensei que era sinusite, porque a dor era muito parecida. Mas depois começou uma dor muito forte também nas minhas costas, na altura dos pulmões. Corri para o hospital imaginando ser uma pneumonia. Quando contei que estive na Itália, me isolaram para fazer os exames”, lembra.

O resultado positivo veio três dias depois, na véspera de seu aniversário de 28 anos. “Nunca imaginei que fosse coronavírus, porque já tive gripes muito mais fortes. Não tive nenhuma dificuldade para respirar. E meu marido que viajou comigo não teve nada, não apresentou nenhum sintoma”, compara.

83 pessoas fizeram o teste em BM

Após o exame ter dado positivo, o que seria uma comemoração pelo aniversário de 28 anos transformou-se em uma corrida desesperada para descobrir se seus colegas de trabalho e familiares — sobretudo os que pertencem ao grupo de risco — haviam sido infectados.

Em dois dias, 83 exames foram feitos para detecção do coronavírus em pessoas próximas à vítima. Entre os que inspiravam mais cuidados estavam sua sogra, a tia de seu marido e seu pai, que é cardíaco.

“Nas cinco horas que passei no hospital para fazer os exames de raio-X e outros exames parecia cena de filme. Para eu passar nos corredores, evacuavam todo o espaço. Depois higienizavam tudo”, relembra.

A servidora destacou a falta de informação quando chegou de viagem, mês passado. “Só agora dizem que todo mundo que veio da Itália devia ficar em casa. No mês passado, isso não era dito. Também não era tão falado sobre lavar as mãos toda hora como agora”. Reportagem: O Dia.


6 Comentários

    • Cristiane 08:10

      Parabéns vc venceu essa etapa agora é bola pra frente e se cuida somos falhos mais vc vez à sua parte e está curada tomara que aqueles que estão com vírus se curem tbm.

    • Paulo Pamplona 09:47

      Melhor reportagem q lí até agora sobre o assunto..
      Parabéns a equipe e tmbm a moça, q ñ teve culpa, e fez corretamente oq devia ser feito.. sorte a nossa q foi ela, se fosse outra pessoa talvez teria é matado muita gente.. Deus abençoe vc e sua familia

    • Sebastião Afonso Dias 09:47

      Parabéns levanta a cabeça e toma as suas atividades normais tem quê ser forte pra quem lhe conhece vc vai ter alguns preconceitos mais assim mesmo boa sorte e quê Deus de dá força essa hora

    • Elisângela 21:52

      Não liga p preconceito das pessoas
      Um monte de idiotas com inveja da sua vida
      Ninguém pede p ficar doente
      Deus te abençoe abundantemente e realize seus sonhos …..

    • Vanda magna dionizio 22:22

      DEUS e misericordioso e espero em DEUS que tudo passe logo e que vc se recupere nao so a saude mas o seu psicológico ..agora assim como esta materia que vcs publicaram eu tambem gostaria de poder ter esta mesma atencao ,quando meu filho foi baleado perdeu um orgao esta encostado e vcs o noticiaram como assaltante ,que tanto ele como seu amigo tivesse o mesmo direito de receber de vcs Tribuna o mesmo tratamento que esta moça que sabemos quem é e o motivo desta mas sao situacoes diferentes ,mas eu enquanto mae e passando pela dor que passei pelo constrangimento ,nao seria nada mas justo que eles pudessem ser ouvidos por todos que noticiaram e ajudaram a passar pra sociedade a calúnia ,o mal entendido que ouve pois meu filho hoje seria so mas um numero .fica o meu desabafo, i

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