Por Tribuna
As amigas e colegas de trabalho Roselene de Oliveira Silva, 40 anos, e Cristiane Silva Ferreira, 35 anos, têm a mesma sensação todas as vezes que vão dormir: a de serem demitidas no dia seguinte. Elas podem perder a fonte de renda após o anúncio do corte de 10 linhas da viação Sul Fluminense, em Volta Redonda.
Cristiane, que trabalha como despachante na empresa, tem dez anos de casa. Já Roselene tem cinco e está no setor de serviços gerais da viação Sul Fluminense.
“Tenho que criar três filhos (15, 13 e 10 anos) e não posso ficar desempregada”, contou Cristiane, que esteve na manifestação na noite desta segunda-feira (13), na Câmara de Volta Redonda.
“Sou pai e mãe ao mesmo tempo e nem posso pensar em ficar desempregada. Os meus filhos estão fazendo um curso técnico e ainda precisa da minha ajuda financeira”, complementou Roselene, auxiliar de serviços gerais.
Pelo menos 400 funcionários da empresa fizeram uma manifestação na Câmara Municipal e na Praça Sávio Gama, em frente à prefeitura, no Aterrado.
O protesto começou por volta das 17 horas e, no momento da publicação, ainda estava ocorrendo.
Para evitar que ocorram as demissões em massa e que garantam que as demais empresas absorvam a mão de obra, o prefeito Samuca Silva acionou o Ministério Público do Trabalho e, nesta terça, ele vai se reunir com os promotores.
Já o presidente o Sindpass (Sindicato Patronal), Paulo Afonso, disse que as empresas que assumirão as linhas (Elite, Cidade do Aço e Pinheiral) têm condições para absorverem a mão de obra.
Cristiane e Roselene não acreditam no posicionamento do sindicato patronal. “Eles (as empresas) vão contratar e depois demitem no período de experiência”, disse Cristiane.
Estima-se que 500 funcionários podem ser demitidos com a retirada destas dez linhas, segundo informou José Gama, presidente do Sindicato dos Rodoviários de Volta Redonda.