Por André Aquino
Poucas coisas sobraram na Rua 5, na Boa Sorte, em Barra Mansa. Sofás, armários, geladeiras, fogões e roupas se misturaram com o barro no meio da rua, num cenário de destruição.
A pensionista Vera Lúcia Amacio, 64 anos, só não perdeu a fé. Ela divide a pequena casa com mais seis pessoas (quatro crianças, sendo uma de quatro meses).
Mesmo com o corpo franzino, a idosa não largou o rodo durante o domingo (19) e o segunda (20). “Estamos todos vivos e isso que importa. E com saúde”, disse a senhora, que ganha um benefício do INSS de menos de R$ 700 por meses.
Na noite desta segunda, após árduo trabalho, ela vai dormir em casa de familiares. Ela é uma das mil pessoas desalojadas na cidade.
Até aqueles que perderam tudo, ajudam os vizinhos na retirada da lama. “Se a gente não se ajudar, quem irá?”, justificou Simone Cruz de Souza, 45, que mora com cinco crianças.
Na mesma rua na Boa Sorte, a Igreja Congregacional Volta Redonda fez uma mutirão entre os seus membros para alimentar os moradores.
Liderada pelo pastor Policarpo José Vieira, a igreja serve café da manhã, almoço, lanche da tarde e jantar. O igreja fica na mesma rua de dona Vera Lúcia.
Apesar das perdas, os moradores da Rua 5 não têm uma sensação: a de estarem sozinhos.
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