Por Tribuna
O secretário municipal de Saúde, Sérgio Gomes, divulgou que em visita aos pacientes confirmados, dois não estavam em casa quando a equipe da prefeitura. A informação foi passada durante live com o prefeito Rodrigo Drable.
— Quem está com Covid e vai para rua é digno de surra de toalha molhada. Isso pode causar mortes. Um irresponsável — disse Rodrigo Drable, que não destacou a possibilidade de fechar o comércio “por a irresponsabilidade da minoria”.
Pode provocar até o fechamento imediato do comércio local. “Vai ficar naquele abre, fecha, abre, fecha. Podemos ter que fechar de vez”, comentou. “Sei que vão me xingar”, completou, ciente de que o remédio será amargo.
Entre os motivos do pessimismo do prefeito de Barra Mansa, o primeiro está ligado ao fato de a cidade começar a contabilizar os primeiros óbitos suspeitos – já são três.
“Faleceram até o dia 26 de abril e nós ainda não tivemos o resultado positivo da Covid. Eram pessoas com comorbidades. Um tinha câncer de pulmão; o outro fazia hemodiálise, era um paciente renal crônico; e o outro era hipertenso, diabético, tinha infartado”, detalhou o secretário de Saúde, Sérgio Gomes.
O segundo motivo está ligado à reabertura do comércio em Barra Mansa. É que a população não está acatando os pedidos para permanecer em casa a fim de evitar o contágio, e as ruas estão ficando cheias de consumidores e curiosos.
Mas o que mais assusta Rodrigo Drable é o fato de Barra Mansa poder ser obrigada a ceder os leitos disponíveis nos hospitais públicos da cidade para pacientes de todo o estado do Rio, que está à beira do caos, com fila de cerca de 400 pessoas à espera de atendimento.
“As ambulâncias vão chegar trazendo pacientes. Não poderei mandá-los embora”, comentou, em tom de total desânimo. Ele foi além ao explicar por que Barra Mansa terá que ceder leitos, se for o caso.
“São leitos pactuados, contratualizados com o Estado. Como o Estado paga a conta, ele regula o uso. É ele quem diz pra onde vai cada paciente”, revelou.
“Nós temos alguns pacientes na Santa Casa que são regulados com o Estado, leitos de CTI. Leitos próprios, nós temos na UPA do Centro, no Centro de Tratamento da Covid, como também temos no Hospital da Mulher”.
— A princípio, nós podemos receber pacientes nesses leitos regulados pelo Estado sem qualquer intervenção ou controle nosso. Os outros leitos que são nossos, a princípio, não podem ser ocupados de uma forma impositiva pelo Estado, mas, convenhamos, se tiver alguém morrendo e chegar numa ambulância, nós não vamos deixar de atender”, ponderou. “Vai ser um caos em Barra Mansa”, diz.
Os números são:
- 298 testados.
- 69 positivo por Covid
- 198 descartados
- 30 curados