“O policial não responde por tentativa de homicídio, isso é certo. Ele atirou na perna, acertou a femoral e pegou um cinto para socorrer a vítima. A intervenção dele evitou que a vítima viesse a falecer. Isso nós chamamos de arrependimento eficaz. Ele desiste de continuar a ação e resolve socorrer a vítima. Por isso, ele não responde por tentativa de homicídio e também não vai responder por um possível homicídio. Ele vai responder por lesão corporal, no máximo lesão corporal seguida de morte”, afirmou.
Nilton Ramon foi baleado no dia 4 de março, na Praça Saiqui, em Vila Valqueire, na Zona Oeste do Rio. Ele fazia entregas de bicicleta e, seguindo as normas do Ifood, se negou a passar pela portaria do condomínio do policial para entregar um pedido, retornando ao restaurante. Minutos depois, o homem foi até o local armado e iniciou-se a confusão.
Desde então, o jovem de 24 anos está internado no hospital Municipal Salgado Filho, no Méier. Nesta sexta-feira (15), de acordo com familiares, ele passou por uma cirurgia reparadora. A direção da unidade de saúde informou que o estado de saúde do paciente é estável.
O entregador foi baleado na perna. O disparo atingiu sua veia femoral, responsável por garantir o transporte do sangue dos membros inferiores até a veia cava, a principal do corpo. Ele só acordou um dia após o ocorrido, depois de passar por dois procedimentos cirúrgicos, e chegou a ficar em estado grave.
A Polícia Militar informou que a Corregedoria segue apurando o caso. De acordo com a corporação, o militar responde a um processo disciplinar administrativo.