A Delegacia do Consumidor (Decon) interditou uma fábrica clandestina de salgados, nesta quarta-feira (25), na Rua dos Rubis, em Rocha Miranda, Zona Norte. A segunda fase da operação “Comida é Coisa Séria” foi realizada junto com o Instituto Municipal de Vigilância Sanitária (Ivisa-Rio) e perícia do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE). No estabelecimento, três homens foram presos.
Segundo o delegado Wellington Pereira Vieira, a especializada chegou à fábrica depois que uma pessoa denunciou por telefone, quando passou mal ao comer um salgado. No estabelecimento, uma placa apresentava bolinhos de carne seca, carne moída e kibe a R$ 3,80, e pastéis de carne, queijo, pizza e frango com catupiry sendo vendidos por R$ 3,50, e massa à R$ 8,50. Além de vender no local, os produtos eram distribuídos para comércios informais em Bangu, na Zona Oeste, e Madureira, Honório Gurgel e Marechal Hermes, na Zona Norte.
No momento em que os agentes chegaram, o “Pastel do Ângelo” estava em funcionamento e o dono, Ângelo Severino de Souza, bem como os cozinheiros Wilson Silva Caetano de Souza e Márcio Roberto Santos de Souza, estavam no local e acabaram presos. A fiscalização encontrou diversas irregularidades, como salgados armazenados de forma inadequada, produtos fora da validade e impróprios para o consumo, ambiente insalubre para a produção, inclusive com baratas. Confira abaixo.
Todos os produtos impróprios foram pesados e 600 quilos de alimentos descartados pelo perito criminal. A fábrica não tinha nenhuma documentação para o funcionamento, como alvará, licenciamento sanitário ou laudo de potabilidade de água, e foi interditada. Ângelo, Wilson e Márcio Roberto vão responder por crimes contra relação de consumo. A pena pode chegar a cinco anos de prisão. A especializada tenta localizar os estabelecimentos para onde os produtos eram distribuídos.
Fábricas com condições insalubres são fechadas
No início do mês, uma fábrica clandestina de salgados árabes foi fechada por condições insalubres, na Rua Amaral, no Andaraí, Zona Norte. Os alimentos produzidos no local eram vendidos em barracas de rua da Tijuca, Barra da Tijuca, Leblon e Copacabana. No estabelecimento, os agentes encontraram alimentos expostos à sujeira e calor, baratas nas bancadas, maquinário e no chão, panelas com óleo reutilizado e escurecido e sujeira acumulada em equipamentos e utensílios, tabuleiros espalhados e até fiação exposta. O estabelecimento já havia sido interditado antes e oito estrangeiros sírios foram detidos.
Já em março deste ano, a fábrica de sorvetes Doce Verão foi interditada após um vídeo de um picolé da marca com uma barata presa ao doce viralizar nas redes sociais, durante o Carnaval. O episódio aconteceu na Praia do Recreio, na Zona Oeste, mas o estabelecimento ficava em Belford Roxo, na Baixada Fluminense. Uma fiscalização identificou que o local não tinha licença sanitária, certificado do Corpo de Bombeiros e constatou más condições estruturais, como rachaduras e mofo em paredes e teto, ralos inadequados e falta de telas de proteção contra pragas.