Por dia, 22 mulheres foram vítimas de violência sexual por dia no estado do Rio de Janeiro no ano passado. O dado faz parte do Panorama da Violência Contra a Mulher 2025, divulgado pelo Instituto de Segurança Pública neste sábado (8), Dia Internacional da Mulher. Com esse índice, 2024 registrou, pelo terceiro ano consecutivo, o maior número de violência sexual desde o início da série histórica do relatório, em 2014.
O relatório traz, ainda, outros dados alarmantes. Segundo o ISP, 13 mulheres foram vítimas de estupro, por dia. Ao todo, 5.013 mulheres foram vítimas deste crime, superando todas as estatísticas para o delito desde 2014. Em relação a 2023, houve um aumento de 5,3%.
Também houve aumento nos casos de tentativa de estupro no estado. Foram contabilizadas 282 vítimas, o maior número de casos dos últimos quatro anos. Esse valor representa um aumento de 20,5% em relação a 2023, quando houve 234 casos. Em 2024, 46.203 vítimas recorreram à delegacia para pedir algum tipo de medida protetiva, 6,6% a mais do que em 2023.
O Panorama Anual da Violência contra a Mulher apresenta uma análise sobre a violência de gênero no estado do Rio de Janeiro, com base nos registros de ocorrência da Polícia Civil dos últimos 10 anos.
Confira outros dados
Violência física: 43.742 vítimas em 2024, aumento aproximado de 5,6% em comparação com o ano anterior. No conjunto de delitos que compõem essa modalidade, se destacam:
– Homicídio doloso: Em 2024, foram registradas 140 vítimas, o menor quantitativo desde o início da série histórica apresentada no gráfico, em 2014. Em relação a 2023, houve uma redução de 26,3%.
– Feminicídio: 107 vítimas em 2024, o segundo maior patamar desde o início da série histórica para o delito, em 2016. Em comparação com 2023, houve um aumento de 8,1%.
Violência psicológica: 56.206 mulheres vitimadas em território fluminense no ano de 2024, o maior número registrado nos últimos nove levantamentos. Em comparação a 2023, houve um aumento de 10,2%.
Violência moral: 37.571 vítimas em 2024, o maior número dos últimos 9 anos, atrás apenas de 2014, início da série histórica do Panorama, quando foram registradas 41.509.
Violência patrimonial: 8.334 vítimas em 2024, o maior número da série histórica apresentada no gráfico, iniciada em 2014.
Atendimento
Diante da urgência do enfrentamento a esse tipo de violência, foi sancionada, em 8 de julho de 2020, a Lei Federal n° 14.022, que fortaleceu as medidas de proteção para mulheres, crianças e idosos, em situação de violência, tornando essenciais os serviços de atendimento a essas vítimas. Além disso, facilitou o acesso ao registro de ocorrência, permitindo que denúncias possam ser feitas de forma on-line ou por telefone, sem prejuízo do atendimento presencial.
A importância dos serviços de apoio vai além do acolhimento inicial. Eles oferecem suporte psicológico, jurídico e social, fundamentais para a superação do trauma e para a reconstrução da autonomia das vítimas.
Entre os canais disponíveis para denúncias de violência contra a mulher, destacam-se:
Serviço 190 e o Aplicativo Rede Mulher da Secretaria de Estado de Polícia Militar;
Disque 100 – Cidadania e Direitos Humanos: canal de denúncias, reclamações e orientações que funciona 24 horas por dia e sete dias por semana ( Telefone: 0800-023-4567 / WhatsApp: (21) 97706-2831);
Disque Denúncia:registra denúncias 24 horas por dia e sete dias por semana, por meio dos telefones: (21) 2253-1177 (Região Metropolitana) e 0300-253-1177 (nas demais regiões com custo de ligação local);
Patrulha Maria da Penha: programa da Polícia Militar do Rio de Janeiro especializada no atendimento de vítimas de violência doméstica.