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Qual a Copa inesquecível? Confira as opiniões dos torcedores da região



1º COPA DE 1994, EUA.

Para aqueles que passaram do trinta e tantos anos, lembram da histórica seleção de 94, que tinha no comando Romário, Bebeto e Taffarel.

  • Gleisiane Carvalho, de 36 anos – na época 12 anos. Resende.

“Na realidade, eu odiava futebol até a Copa de 94. Quando criança, lembro que meu pai gostava tanto de futebol que ele não me dava muito atenção. Mas, quando foi a final da copa, fomos todos para a casa da minha avó em Resende. Tinha um pomar lindo e todos os meus primos brincando felizes da vida. Chegou a hora do jogo, todas as crianças deixaram a brincadeira para ver o jogo. Fiquei com muita raiva porque não queria ver a partida, queria brincar. Mas eu fiquei sozinha no quintal da casa da minha avó. Vou lá ver o jogo: pelo menos vou comer pipoca. Quando me dei por mim, eu estava gritando e festejando quando Roberto Baggio chutou para fora o pênalti. A partir dali, eu fiquei louca por futebol. Comecei a jogar, inclusive, em 1996, jogando futsal no Rio de Janeiro, parando em 2006. Além disso, me identifiquei muito com o Romário, e me tornei flamenguista por conta desta copa”

  • Richard Souza, 35 anos – na época com 11 anos em Volta Redonda. Repórter da TV Globo e está na Rússia.

“Minha Copa inesquecível foi a Copa de 94. Apesar de ter  lembranças claras da Copa de 90, que é a minha primeira memória de Copa, o Mundial dos Estados Unidos marcou a minha geração. Por todo contexto, o fim da fila de 24 anos, lances marcantes, Romário e Bebeto, Taffarel.

O jogo que mais me marcou foi o Brasil x Holanda das quartas de final. O Brasil fez 2 a 0, estava jogando demais, parecia que seria fácil, mas a Holanda empatou. O gol do Branco, de falta, passando nas costas do Romário e entrando foi bem marcante.

Estava em casa, em Volta Redonda. Assisti à final contra a Itália de joelhos na frente da televisão, enrolado na bandeira do Brasil”.

 

  • Sylvie Ramos, 44 anos – na época 20 anos. Resende.

“Estava em Lisboa na casa de amigos e meu filho tinha duas semanas de vida. No primeiro tempo, recebi a informação que meu carro havia sido roubado no estacionamento do prédio. Todos da casa foram parar na delegacia de Lisboa. Perdemos o primeiro tempo por causa do furto. Mas, conseguimos nos acalmar e assistir o final da vitória do Brasil”.

2ª COPA DE 1950, BRASIL

Uma grande tristeza também pode ser inesquecível. A Copa de 50 foi um trama. O brasileiro não imaginar uma derrota do Brasil no Brasil. O país estava embalado com certeza da vitória: a seleção já era campeã do mundial. As cidades e as lojas enfeitadas apenas esperando o apito final da copa.

  • Luiz Antônio Vieira, 77 anos – na época com 9 anos. Engenheiro. Volta Redonda.

“Estava em Juiz de Fora, minha terra natal. Costume da época, minha família e amigos acompanhamos a final no Morro do Cristo, uma área de lazer da cidade. O jogo era transmitido por diversos alto falantes que me proporcionava a mesma emoção e alegria que as atuais TV Smart. A maioria conhece a história do jogo. Um a zero para o Brasil. Vem o empate do Uruguai. E faltando poucos minutos a fatídica virada dos uruguaios, crucificando o goleiro Barbosa, do Brasil. Uma nuvem negra cobriu o país e silenciou o imponente Maracanã com 150 mil torcedores que deixaram o estádio chorando.E aquele garoto de 9 anos teve a primeira grande tristeza da vida”.

  • Mauro de Oliveira Pereira, 87 anos – na época com 19 anos. Empresário. Volta Redonda

“A data do último jogo foi marcada para o dia 16 de julho de 1950. Havia comprado dois ingressos com bastante antecedência. Um pra mim e outro para o meu inseparável amigo Breno. Aquele jogo não perderia por nada.

Meu pai, sempre solidário comigo, ao saber da minha disposição de ir ao Rio para a grande final, tirou do bolso quatro notas e me disse ‘Aí vão 40 cruzeiros, dinheirinho para você festejar a nossa vitória’. Na época, era bela quantia. Mas quando abriu o bolso havia uma nota de 100 cruzeiros.

Eu e Breno montamos na baratinha e descemos a serra. Por ter chegado cedo para o jogo, fizemos uma fezinha no jóquei, na Gávea. A história do jogo todos conhecem. Foi uma choradeira geral, um autêntico desespero que aqui não quero lembrar.

Naquela noite, dormimos dentro da baratinha em um local até então deserto, o Corte do Cantagalo, uma pedreira que estava sendo dinamitada para fazer a ligação da Lagoa a Copacabana. Não se festejou nada. A cidade se encontrava silenciosa e adormecida, com todos os bares fechados. Voltamos à Juiz de Fora na manhã seguinte em clima de velório”.

3ª COPA DE 1970, MÉXICO.

Pelé, Tostão Rivellino, Gérson, Jairzinho desfilaram nos campos do México. Brasil tricampeão.

  • Jarbas de Souza e Silva, 60 anos – na época com 13 anos. Servidor público. Volta Redonda.

Estava saindo das fraudas, conhecendo o mundo como um rapaz de 13 anos. Já andava de moto, na época não havia a necessidade de carteira de motorista, e assisti o gol mais bonito que o Pelé não fez.

Na final, assisti em casa dos meus pais, no bairro Conforto, numa TV preta e branca. Depois da vitória, sai de moto para Vila Santa Cecília, na praça Brasil, e fizemos uma carreata em toda cidade”

  • Carlos Alberto Santana, 65 anos – na época 18. Empresário. Barra Mansa.

“Lembro que na final, após aquele show de Pelé, peguei o carro do meu pai escondido e fui comemorar com os amigos pelas ruas de Barra Mansa. Na época, durante a ditadura militar, passamos pelo batalhão militar da cidade (hoje, o Parque da Cidade) e começamos a mexer com os milicos. Era uma insanidade que jamais esqueço”

4ª COPA DE 1958, SUÉCIA.

Embora polêmico, é inquestionável o surgimento de um rei: Pelé, com então 17 anos. Brasil pela primeira vez campeão do mundo.

  • Paulo Teodoro de Souza, 74 anos, com então 14 anos, de Angra dos Reis. Professor.

“Angra ainda não tinha a usina nuclear. Nem a Rio-Santos. Com poucas construções e na expectativa da inauguração do Verolme, a minha copa inesquecível foi o de 1958. Pelé ainda era Edson do Nascimento. No pequeno restaurante próximo à minha casa, acompanhei por um moderno radio da época. Após as partidas, lembro que junto com meus amigos íamos para a rua do centro de Angra para imitarmos os craques da copa. Na final, foi uma grande festa na praça da matriz”.

5ª COPA DE 2002, JAPÃO-CORREIA

  • Evelyn Thammy, 30 anos – na época com 12 anos. Resende

“Essa foi a minha melhor copa porque tudo que é proibido é bom, né? Naquela época eu não podia sair. Mas juntamos um grupo de amigos e marcamos de assistir na casa de um deles que o pai era mais liberal, que deix ficarmos acordados até a madrugada. Dois amigos pularam o murro e bateram na minha janela. Eu e minha irmã Eloise pulavamos a janela, o murro e saíamos. Em um dos jogos, meu pai estava nos esperando no quarto. Não posso esquecer que o meu primeiro beijo foi dado durante os jogos da Copa de 2002″

  • Johnata Amado, 25 anos – na época sete anos. Repórter do programa Fato Popular

“A Copa inesquecível foi a de 2002. Brasil pentacampeão. Eu lembro que uma curiosidade dessa Copa e que chamou muito a minha atenção, até porque eu era criança ainda, erao cabelinho do Ronaldo Fenômeno. Muitos amigos da escola copiaram o corte dele. Mas minha mãe não deixou eu raspar minha cabeça daquele jeito (ainda bem). O Rivaldo me marcou bastante. Fez grandes jogadas, deu dribles, fez gols e realmente desequilibrou.

No último jogo da Copa de 2002 eu estava na casa da minha avó. E era apartamento. Então tive que me conter e não pude ficar fazendo barulho com o título. Minha tia-avó que morava lá ficou indignada com os jogadores enrolados na bandeira do Brasil na comemoração. Dizia ela que era um desrespeito a pátria usar bandeira enrolada no corpo”.

6ª COPA DE 1982, ESPANHA 

  • Marcelo Argôlo, 47 anos – na época com 11 anos. Publicitário. Volta Redonda

“A copa de 82, que a seleção era considerada a melhor do mundo e perdeu para a Itália com gols do Paolo Rossi. Ainda era criança, tinha 11 anos, a atmosfera criada para copa era outra, ruas e casas decoradas e muita euforia em torno da nossa seleção favoritíssima. Estava em casa com duas famílias de amigos. Quando o jogo acabou choramos muito. Naquela época a comoção em torno do futebol era outra”

  • Marcelo Harteman, 46 anos – na época com 10 anos. Radialista. Volta Redonda

“Minha copa inesquecível foi a de 1982. Eu era criança ainda, mas me lembro como se fosse hoje. Tínhamos os nossos colegas vizinhos no interior de São Paulo, onde brincávamos de bola na rua caracterizado quase todos com a camisa do Brasil, e numeração de cada um que representava o numero de um jogador da seleção. Meu número era o do Dr. Sócrates (número 8) e foi daí que nasceu minha paixão pelo Corinthians também. No dia da derrota para a Itália no massacre de Paolo Rossi, o que se viu poucos minutos depois foi aquela turminha sentada na calçada em lágrimas com a camisa do Brasil não se conformando com o que vimos durante o jogo”

7ª COPA DE 2014, BRASIL 

  • Júlia Melo, 12 anos – na época oito. Estudante de Barra Mansa.

“Estava na casa de minha avó, em Volta Redonda, e lembrou que me bateu uma tristeza. O Brasil jogo muito mal e não consegui assistir o jogo inteiro. Quando o Brasil levou o quarto gol, fui jogar bola com meus primos”.

  • Felipe Almeida, 28 anos – na época com 24 anos. Dentista. Angra dos Reis

“Presenciei ao vivo a pior derrota brasileira em copa. Comprei o ingresso com meses de antecedências com a certeza de que o Brasil estaria no jogo. E venceria, claro. O clima era de festa em Belo Horizonte. Fizemos um churrasco na casa de amigos na capital mineira. As ruas em festa. Chegamos quase duas horas de antecedência para sentir o clima. Mas, a alegria virou tristeza aos 30 minutos do primeiro tempo, quando o Brasil levou quatro gols. Fui ao banheiro e eles marcaram o quinto. No intervalo ainda havia esperança. Mas, começou e nada. Aos 30 minutos do segundo tempo, deixamos o estádio e perdemos o último gol da Alemanha e o único do Brasil”.

8ª COPA DE 2006, ALEMANHA 

  • Mateus Gusmão, 27 anos, 15 anos na época. Jornalista. Volta Redonda

“Apesar das vitorias de 94 e 02, minha copa inesquecível foi a de 2006. Acompanhei, no mínimo, 80% de todos os jogos da copa. E o Brasil tinha o melhor time no papel, com o quadrado mágico: Kaká, Ronaldinho, Ronaldo e Adriano. Esse time atropelou em todas as competições antes da copa, vencendo a Copa das Confederações em 2015 por 4 a 0 contra a Argentina.

Eu era muito muito muito fã do Ronaldinho Gaúcho, na época o melhor do mundo. Comprei uma camisa azul da seleção número 10 do Ronaldinho para acompanhar os jogos.

A Copa foi inesquecível por ver vários jogadores que gostava atuando na maior competição: Del Piero, Totti, Zidane, Nedved, Henry, Riquelme. Foi a última vez que chorei pela seleção brasileira. Depois daquela copa, torço mais para o meu time de coração, o Flamengo”.

9ª COPA DE 1962, CHILE

Pelé machucado no início, a Copa foi a do Garrincha. Brasil, bicampeão mundial.

João Batista Martins de Oliveira, 75 anos – na época com 18 anos. Aposentado.

“Barra Mansa era a quarta maior produtora de leite do mundo. A vizinha Volta Redonda tinha sido emancipada apenas oito anos, que antes era distrito de Barra Mansa. Meu melhor amigo, Carlos Alberto, me convidou para assistir os jogos na casa dele. Na verdade, a Copa era só um pretexto para ver a prima dele, Amanda, três anos mais nova. Foi a Copa do primeiro e único namoro. Completamos 54 anos juntos e 50 de casados. Hoje, morando no Rio de Janeiro, jamais esquecerei a Copa de 62. E a seleção? Não lembro. Foi campeã?”

10ª COPA DE 1990, ITÁLIA.

O carrasco do Brasil foi Claudio Canniggia da Argentina de Maradona. A seleção foi eliminada nas oitavas.

  • Fernando Silveira de Souza, 40 anos – 12 anos na época. Advogado. Volta Redonda

“O tempo frio e céu nublado do dia 24 de junho de 1990 antecipava um triste fim do Brasil na copa da Itália . Tinha oito anos e lembro que assistir na área de churrasco do Clube do Laranjal, em Volta Redonda. Lembro que nunca tinha visto tanto adultos chorando ao mesmo tempo. Aquilo me marcou. A noite, após o jogo, fui numa festa junina do meu bairro e o clima era de um velório. Não esqueço jamais do Canniggia driblando o goleiro”


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