A rede de proteção ao idoso de Volta Redonda realizou 52 atendimentos em maio. Do total, 24 casos foram acolhidos no Nuai (Núcleo de Atendimento ao Idoso), que funciona na delegacia da Polícia Civil (93ª DP). Outros 24 atendimentos foram realizados pela Patrulha de Proteção ao Idoso, por meio de ligações ou visitas presenciais. Os demais foram encaminhados aos parceiros da rede de proteção ou orientados a procurar auxílio específico.
Dados desses atendimentos feitos no Nuai, por exemplo, mostram que a maioria das pessoas que procuraram atendimentos na delegacia é mulher –faixa etária entre 60 e 69 –, representando 29,17%. Já com relação à violência, a maioria dos casos teve a psicológica como causa com 35,71%, seguida pelo abuso financeiro com 17,86%, negligência 10,71% e abandono 7,14%. Outras situações como sobrecarga familiar, injúria, furto e dano ao patrimônio, por exemplo, corresponderam a 7,14% dos atendimentos e a violência física foi de 3,57%. Os outros atendimentos não se encaixam em situações de violência ou abuso.
Com relação ao vínculo do agressor, mais da metade dos casos registrados, 65%, foram praticados por alguém próximo ao idoso. Filho ou neto representaram 24%, outros 8% por um irmão e 33% por outro grau de parentesco.
*Informação e proteção*
Idealizador e criador da Patrulha de Proteção ao Idoso – formada por dois guardas municipais e um psicólogo –, o secretário municipal de Ordem Pública, Coronel Henrique, disse que a maioria dos crimes em Volta Redonda é praticada por desconhecimento da lei, condições socioeconômicas precárias ou até mesmo falta de preparo ao cuidar dessas pessoas fragilizadas. Por isso, desde 2022, um grande movimento busca levar informações aos idosos.
“Desde que começamos a atuar, nós modificamos o cenário da violência contra os idosos em Volta Redonda. Antes, percebíamos que muitos sofriam abusos, mas não tinham conhecimento sobre os seus direitos, assim como os próprios agressores. Então, além de criarmos a Patrulha de Proteção ao Idoso e toda a estrutura do Nuai, nós vimos a necessidade de qualificar o nosso público-alvo, que são os idosos. Hoje, já capacitamos mais de 10 mil pessoas sobre o Estatuto da Pessoa Idosa, inclusive de outros municípios e temos avançado cada dia mais”, disse Coronel Henrique.
“Já tivemos muito casos concretos de responsabilização e o nosso objetivo é prevenir, mas acima de tudo que o idoso possa ter qualidade de vida também através da segurança pública”, concluiu o secretário.
*Rede de proteção referência*
O serviço promovido pela Semop de Volta Redonda é hoje referência e inspirou a criação de dois projetos do Governo do Estado do Rio de Janeiro: O Disque Idoso 165 e a Patrulha 60+. Os programas visam garantir a qualidade de vida dos idosos, combater a violência e capacitar a população para reconhecer situações de violência e buscar ajuda.
*Botão de ajuda com GPS*
Em Volta Redonda, os idosos vítimas de violência contam com o auxílio da tecnologia para se protegerem, é o “botão de pedido de ajuda”. Com um simples apertar de botão, o dispositivo com georreferenciamento (GPS) indica, de forma silenciosa, a localização exata daquela pessoa em situação de perigo iminente, para que a Polícia Militar e a Guarda Municipal possam agir rapidamente.
*Como procurar ajuda?*
Para denunciar casos de violação de direitos ou violência contra idosos, as pessoas podem ligar para o 197 (Nuai, na Polícia Civil – 93ª DP); 153 (Guarda Municipal) ou o Disque 100 (serviço nacional e ligado ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania). Também é possível buscar ajuda diretamente no 190 (Polícia Militar) ou na 93ª DP, com a Patrulha do Idoso ou na Assistência Social Jurídica da Secretaria Municipal de Assistência Social (Smas).
Fotos: Thiago Santos/Semop