Em um novo vídeo gravado para as redes sociais, o PM Gustavo Feijolo, que foi recriminado ao entrar na unidade do Anglo-Americano de Volta Redonda fardado quando deixava sua filha que estuda no local, rebateu as críticas de internautas.
“Regras e normas de uma instituição não podem sobrepor a lei. Eu tenho o direito de ir e vir. Eu entro até instituição bancária fardado e armado. O máximo que o colégio poderia fazer era solicitar minha identificação de policial, mas como a minha filha estuda no local há quatro anos, todos me conhecem e sabem da minha profissão”, disse o policial, que fez um registro de ocorrência na delegacia de Volta Redonda (93ª DP). O caso aconteceu na última terça-feira, dia 26.
Ele explica ainda que estava no horário de almoço e com o seu veículo particular para levar sua filha na escola. “Todos têm direito de almoço e aproveitei para levar a minha filha à escola”, disse o policial, destacando que a arma estava travada e o risco de disparar acidentalmente era mínimo. Confira o vídeo completo abaixo.
Rotina de colégio é mudada
Segundo informações de outros pais de alunos, depois da repercussão do caso, a rotina do colégio foi mudada. Antes, os estudantes esperavam no pátio até o horário do início das aulas; agora, as crianças vão direto para as salas de aula.
Porém, a rotina do policial Feijolo não mudou. Mesmo após a repercussão do vídeo, ele levou a sua filha nesta quinta-feira (28) no colégio. Porém, nesta sexta (29), será a vez da mulher do PM e mãe da criança em levá-la à unidade de ensino.
Vereador-policial diz que um absurdo ato do colégio
O vereador de Volta Redonda Sidney Dinho, que é policial da reserva, classificou como “absurda e aberração” a atitude da direção da escola. E disse ainda que policial tem o direito de ir e vir em qualquer local. As declarações foram feitas ao programa Fato Popular.
Procurado, o comandante do 5ª CPA (Companhia de Policiamento de Área), Antônio Jorge Goulart, preferiu não se manifestar sobre o caso. Porém, segundo fontes policiais, todo o comando da PM do estado do Rio se solidarizou ao colega de farda. “Isso pode acontecer com qualquer colega de farda”, disse um dos policiais do 28º BPM.
Colégio não se manifesta
Os e-mails enviados à direção do Anglo Americano – tanto no Rio de Janeiro quanto de Volta Redonda – não foram respondidos até o momento da publicação desta reportagem. O Tribuna.SF fez apenas quatro perguntas: ‘A denúncia procede?’; ‘Qual foi o motivo que pai-policial foi impedido de entrar na instituição de ensino?’; ‘De que maneira o colégio pode reparar esse possível erro?’; ‘Alguma outra profissão é impedida de entrar na instituição?’.
Visando a imparcialidade jornalística, o jornal irá publicar a posição do colégio, caso as perguntas sejam respondidas.
Segundo o site do colégio, a instituição de ensino tem 98 anos e a missão é “buscar a excelência do ensino, formando, informando e transformando o indivíduo, para o exercício pleno da cidadania”.
A discriminação não faz parte do exercício pleno da cidadania e o exemplo é a melhor forma de educar as futuras gerações.
Reportagem de André Aquino