O veredicto do caso Mariana Ferrer, que absolveu o acusado de estupro de vulnerável André de Camargo Aranha, voltou a ser um dos principais assuntos comentados nas redes sociais. O termo “estupro culposo” entrou nos trending topics do Twitter Brasil nesta terça-feira, dia 3, depois que o portal de notícias “The Intercept” divulgou os argumentos da defesa e do Ministério Público de Santa Catarina favoráveis ao réu.
Segundo os termos a que o site teve acesso, André não teria como saber que a jovem estava impossibilidade de consentir o ato sexual e, por isso, teria agido sem “dolo”.
A publicação movimentou perfis tanto de iinternautas anônimos quanto de celebridades, que se manifestaram a favor da influenciadora digital.
Entre essas pessoas está Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele, por sua vez, comentou sobre as imagens da audiência em que Mariana é atacada por um discurso que tenta a descretidar proferido pelo advogado Claudio Gastão da Rosa Filho, que representou o acusado de estupro no processo. No vídeo, ele mostra imagens sensuais da jovem e questiona a versão apresentada por ela de que era virgem.
Também circula o link de uma petição pedindo justiça para Mariana, que já contabiliza mais de 2 milhões de assinaturas:
RELEMBRE O CASO
Mariana Ferrer usou seu perfil de rede social para expor, em maio de 2019, que foi vítima de abuso no Café de La Musique, em Florianópolis, onde trabalhava como promotora de festas, no dia 15 de dezembro de 2018.
Na publicação, constava um vídeo de câmera de segurança do local que mostava os momentos em que ela entrou e saiu, além de mensagens e áudios com pedidos de ajuda, e uma foto do vestido manchado de sangue. A jovem relatou ter sido dopada e, por isso, não se recordava de tudo o que aconteceu. Pelos indícios de abuso, Mariana registrou boletim de ocorrência e fez exame de corpo de delito. Ela também postou imagens do laudo comprovando presença de sêmen em sua roupa íntima. Outro exame verificou que o material genético era do empresário paulistano acusado no processo.
No entanto, na sentença proferida em setembro, o juiz Rudson Marcos, da 3ª Vara Criminal de Florianópolis, absolveu André Camargo Aranha. O próprio Ministério Público de Santa Catarina se manifestou nos autos pela absolvição do réu pela “ausência de provas contundentes para corroborar a versão acusatória”.