Por Tribuna
Em entrevista emissoras de rádios de Volta Redonda, prefeito Samuca Silva criticou a nota de repúdio emitida por empresário no dia passado. O prefeito acredita que seja “minoria” que pede a retratação.
A polêmica começou depois que Samuca disse que “os comerciantes estão preocupados com os lucros e não com vidas”.
“Há uma minoria que está preocupada com o seu negócio. A grande maioria está conosco. Não entendi a nota, se a carapuça serviu”, declarou Samuca,
Samuca foi além e admitindo devolver os R$ 66 mil doados por empresas e e a CDL para o Hospital de Campanha montado no Estádio Raulino de Oliveira se a intenção na iniciativa for colocada como contrapartida à reabertura do comércio.
Na nota, as entidades solicitam informações sobre o Hospital de Campanha, que entraria em funcionamento no dia 31 de março, citando o valor doado.
Samuca disse que já esperava em razão das medidas de restrição adotada na cidade, mas ressaltando que a intenção é “preservar 350 mil pessoas que circulam na cidade”.
Ele explicou que o hospital ainda não foi aberto para não gerar custos, uma vez que, por enquanto, a rede hospitalar está dando conta de atender os casos de coronavírus na cidade.
Ele convidou os empresários a visitarem o hospital montado no estádio, segundo ele, instalado também como medida preventiva. A questão da abertura do comércio depende também de uma decisão da justiça.
Confira a nota na íntegra da CDL
Entidades pedem retratação pelo prefeito Samuca Silva por declaração contra o comércio
Nós da CDL-VR e Aciap-VR lamentamos a declaração do prefeito Samuca Silva, de que “os comerciantes estão preocupados com os lucros e não com vidas”. As entidades repudiam o desrespeito com o qual o prefeito vem tratando os comerciantes, principalmente, porque o setor é o principal gerador de empregos do município, com mais de 40 mil postos de trabalho. Reforçam ainda que a manutenção dos empregos representa a garantia de vida de centenas de lares para colocar alimento em casa.
Para se ter uma ideia, estima-se que de 17/03/2020 até 14/04/2020 foram demitidos mais de 3 mil trabalhadores do comércio em geral, o que equivale a quase 10% do total de empregados, impactando mais de 12 mil pessoas. Em fevereiro deste ano, o prefeito havia divulgado que em três anos, a cidade gerou mais de três mil empregos. Em menos de um mês, todo esse esforçou em estimular a economia foi perdido, com as demissões neste período de 2020.
As entidades lamentam que o prefeito venha fazendo campanha em suas lives contra as empresas, principalmente, as micro e pequenas, distorcendo de forma irresponsável a preocupação do comércio em garantir que a economia não entre em colapso, levando ao caos, o que pode refletir diretamente na segurança e no bem-estar, bem como na queda de arrecadação municipal, ocasionando perda de receita na saúde.
As entidades pedem uma retratação pública em suas lives e entrevistas, porque em momento algum foi falado em reabertura do comércio sem que fosse de forma consciente, com controle do grupo de risco, distanciamento social, higienização das mãos e, de acordo com as orientações do Ministério da Saúde. E nunca pediu que não fosse feito de forma planejada.
E esperam ainda que o prefeito Samuca Silva cumpra com a promessa de flexibilizar o funcionamento do comércio, mantendo as medidas preventivas, no dia 27/04, conforme vem anunciando em suas entrevistas e discursos que faz nas redes sociais.
E solicita também as informações sobre o Hospital de Campanha, que entraria em funcionamento no dia 31/03, para o qual a CDL-VR, Royal e Café Favorito/Faraó doaram mais de R$ 66 mil para a compra de material.
Sem mais, contamos com a compreensão do prefeito em entender que o que motiva a flexibilização do comércio “não são os lucros, mas, sim a manutenção da economia e dos empregos”, de forma segura.