Por Tribuna
O tempo esquentou durante a entrevista do prefeito de Volta Redonda, Samuca Silva, com o radialista Dário de Paula na manhã desta terça-feira (7). O clima tenso iniciou quando o comunicador questionou o prefeito sobre a denúncia do vereador Jari Simão (confira a entrevista completa abaixo).
Em video nas redes sociais, o parlamentar questiona os números do Covid da prefeitura e o funcionamento do antigo Hospital Santa Margarida. Jari afirmou que não havia nenhum paciente internado na unidade reformada e inaugurada mês passado pelo prefeito.
— Eu não vi esse vídeo, mas soube. O que é contributivo, efetivamente, eu olho. O vereador, junto com a oposição medíocre, deveria trabalhar com as suas bases eleitorais em Brasília para conseguir recursos para Volta Redonda — respondeu o prefeito, que continuou:
“Só palpita quem não conhece. Convido o vereador a marcar uma audiência com o prefeito e com a secretária de Saúde para explicar os protocolos do Ministério da Saúde”, prosseguiu Samuca.
Questionado sobre se havia pacientes internados na unidade, Samuca confirmou que não e explicou o motivo: “As cirúrgias letivas não voltaram na cidade. São 43 leitos de retarguarda ao hospital São João Batista”.
O primeiro andar, conforme explicou o prefeito, será uma policlínica e as consultas ambulatoriais, além da policlínica da mulher. Já o segundo e terceiro andares serão utilizados para a administração da Secretaria de Saúde. E o último andar ficará os leitos.
O confronto na rádio pode dificultar a aprovação do projeto que Samuca enviou à Câmara que prevê a redução de custo da prefeitura.
O presidente da Casa, Nilton Alves de Faria, o Neném, afirmou que em uma posição pessoal concordará com a proposta de redução do duodécimo (dinheiro que a prefeitura repassa para manutenção do Poder legislativo).
Neném disse que o assunto deve ser discutido nos próximos dias com os demais vereadores, após a prefeitura ter anunciado uma série de medidas para conter gastos, diante da queda na arrecadação municipal.
O presidente da Câmara afirmou, no entanto, que com isso espera ser possível ao governo reduzir os cortes que atingem os servidores municipais.
– A Câmara já repassou ao governo municipal mais de R$ 800 mil, que eram do fundo legislativo. Agora, vem um novo pedido de ajuda e em minha posição vamos ajudar. Não deixarei de criticar e apontar o que acredito estar sendo feito de errado pelo governo, mas não me furtarei em ajudar. O objetivo final é ajudar a população – disse Neném.
O corte em parte do duodécimo foi uma das medidas propostas feitas pela equipe econômica da prefeitura para reduzir gastos. O anúncio foi feito na semana passada, quando foi anunciada uma queda de até R$ 90 milhões nas receitas municipais.
Além do duodécimo, a prefeitura disse que pretende reduzir até 600 cargos comissionados e funções gratificadas. Além disso, 200 funcionários administrativos contratados por RPA da Secretaria Municipal de Saúde, que não atuam diretamente no combate à covid-19, serão dispensados e há estudo para redução de 10% dos empregados regidos pelo regime CLT.
Também está proposta a suspensão do PCCS (Plano de Cargos, Carreiras e Salários) até dezembro de 2020; e mudança no calendário de pagamento dos funcionários referente aos meses de julho e agosto – profissionais da saúde, educação e segurança recebem até o 7º dia útil do mês e o restante vai receber em duas parcelas de 50% do salário cada, uma até o dia 15 e outra até o dia 31 do mês seguinte ao trabalhado. “Vamos conversar sobre essa situação dos servidores. Acredito que a Câmara vá ajudar o prefeito, mas acho que o servidor não deve pagar esse pato”.
Confira a entrevista na íntegra: