Destaque 1 Volta Redonda

Amantes de carros antigos contam suas paixões pelas “carangas”



Por Roberta Vitorino 

Uma das máximas dos colecionadores de veículos é que “carro parado não conta história”. Por isso, os clubes estão crescendo em número e participantes.

Os eventos contam com cada vez mais carros que transmitem, além da história, um pouco de memória afetiva para quem participa e frequenta as exposições.

Um exemplo de colecionador que tem a paixão por carros desde cedo é o engenheiro mecânico Gilson Silveira Junior, de 52 anos: ele une seu hobby com o trabalho e restaura carros para vender com peças originais. Mas sua paixão vai além.

Desde cedo, Silveira foi incentivado pelo pai a gostar de carros. Tanto que ainda criança ganhou dele, que era projetista, um kart amador.



A engenharia mecânica veio em consequência dessa afinidade e, por consequência, sua profissão, de empresário de compra e venda de veículos.

No momento, ele tem quatro carros antigos e uma moto. O preferido é um Gordini II de 1966, que lhe traz memórias de seu primeiro carro, que tinha o mesmo modelo e foi da avó e do pai. O Gordini atual está em restauração há 5 anos.

Silveira conta também com um Opala de Luxo de 1976, um Escort Guia de 1996, um Kadett GSI de 1994 e uma Honda CB Four de 1974. E seu hobby é restaurar os veículos para vender.

— Acabei fazendo do carro antigo um negócio. Normalmente eu faço a recuperação, coloco o mais próximo possível e vendo. Esse ciclo me dá muito prazer e uno o útil ao agradável. Além de ser uma paixão, acaba sendo um meio de vida”, diz.


A beleza está na originalidade


— Antigamente o carro tinha uma identidade. Hoje tentamos manter o máximo da originalidade. Temos orgulho de ver aquele carro de 30, 40 anos atrás inteiro, afirma o vendedor.

O colecionador e vendedor também é um dos responsáveis pela formação do primeiro grupo de Barra Mansa, que, segundo ele, caminha para ser um clube.

— O grupo ‘Amigos da Barra de Direção Antigomobilismo’ surgiu em 2017 quando eu e mais dois amigos apaixonados por carros antigos conseguimos trazer essa cultura para nossa cidade. Fazíamos parte do grupo de Volta Redonda há uns dez anos e achamos por bem trazer o nome de Barra Mansa para ser o foco, diz Silveira. “Nosso objetivo é sermos reconhecidos nacionalmente”



O grupo conta com reuniões mensais, nas primeiras terças-feiras do mês, no Posto Caravelas em Barra Mansa, na bairro Bárbara.

— O objetivo das nossas reuniões é ter um dia para exibir nossos troféus. O carro antigo é um troféu, fruto de muita dedicação, muita pesquisa e muita ralação. A gente quer ter um local para colocar o carro e exibir para que as pessoas possam admirar, conta o engenheiro mecânico.

Segundo Silveira, o importante é que os carros sejam expostos com segurança e num local com um bom fluxo de pessoas. “É um momento de muito bate papo e troca de experiências”.


31 anos de clube


O empresário Celso Carvalho (primeira foto da reportagem), de 66 anos, foi um dos 14 fundadores do Clube de Antiguidades Automotivas de Volta Redonda, do qual faz parte até hoje.

O grupo, que já tem 31 anos, se reúne no primeiro domingo do mês no Shopping Park Sul. Carvalho é tão apaixonado por carros antigos que já chegou a ter 40 carros de uma só vez num galpão em Pinheiral, que comprou justamente para essa finalidade.

Desde que se apaixonou pelo antigomobilismo, mais de 100 carros passaram pelas suas mãos.

A compra e venda lhe rendeu algum dinheiro. Mas Carvalho confessa que o hobby é caro.



Ainda assim, não se arrepende de ter investido na sua paixão, que, segundo conta, lhe trouxe muitas amizades e, de quebra, hoje é empresário de um ramo relacionado a carros.

“Hoje trabalho com placas decorativas, que comecei a fazer foi por conta do antigomobilismo”, diz o empresário. Sua empresa, uma memorabília – que faz objetos relacionado a lembranças –, ganhou o nome de CarVelho.

Atualmente, como diz, só tem “uma meia dúzia” de carros. Segundo Carvalho, o hobby é caro e manter os carros é trabalhoso.

“Além da burocracia ser muita, ainda há o trabalho com a mecânica dos carros, que é delicado”, diz.

Uma das suas paixões é um caminhão de 1946 que é seu há 33 anos. O empresário também tem dois Escorts, uma DKV de 1982, um Dodge, um Fusca de 1955, uma Variant e um Cordoba. E também se orgulha da sua coleção de dois mil carrinhos em miniatura que coleciona desde os anos 80.


Paixão com herança


Sua maior conquista é saber que tanto o filho, quanto os netos também são apaixonados por carros.

Para os dois netos já comprou duas miniaturas: um Marco GT e um Mustang. O apoio da família para ele fundamental para manter a atividade, que toma muito tempo por conta de eventos e viagens.

Para os apaixonados por carros, que pretendem iniciar no hobby, ele dá as dicas: “tenha atenção nos carros nacionais e invista neles. Alguns daqui a 30 anos serão carros de colecionador, como o Opala e o Escort. Para quem está iniciando agora é necessário ter paciência”, explica.


Um “xodó” de fusca

 



O aposentado José Luiz Vieira, de 70 anos, não chega a ser um colecionador de carros, mas é apaixonado por um: seu fusca 66, que está com ele há 42 anos. Já recebeu várias ofertas para vender ou trocar o carro, algumas delas tentadoras. Mas não abre mão do seu fusca, que ao longo desses anos foi todo equipado com peças originais e muito suor.
Vieira já foi do Clube de Antiguidades Automotivas de Volta Redonda, mas hoje aderiu ao grupo que está montando um clube só para apaixonados em fusca, em Volta Redonda.
A vontade de transformar seu carro num fusca equipado o fez ir várias vezes em São Paulo de ônibus para comprar peças originais. Trabalho reconhecido.

Hoje José Luiz e seu fusca fazem sucesso nos eventos e até na rua, no dia a dia.

“Sempre sou parado pelas pessoas, que pedem para tirar fotos e para olhar”, diz.

Nas segundas e terças-feiras do mês, ele expõe seu carro junto com outros 60 fuscas, no espaço da biblioteca municipal de Volta Redonda.


1 Comentários

    • fernando 11:14

      Acho até muito legal os veículos antigos, ja fui ver em alguns eventos mas, oque de fato me desperta atenção são os veículos que se produzem hoje-em-dia com suas altas tecnologias em motores, segurança dos passageiros, os mais variados tipos de freios e por aí se vai.

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