Cafezinho com Roger Soares Colunas

Agronegócios e Meio Ambiente



Por Roger Soares

No cafezinho de hoje – nosso presente, já olhando para um futuro próximo e, vendo a necessidade comercial e sadia de incrementar o agronegócio de acordo com novas demandas e critérios ambientais, fica cada vez mais claro que o Brasil ainda precisa intensificar a valorização à sustentabilidade dos produtos e serviços agropecuários produzidos no país, pois a sustentabilidade será a moeda de troca do agronegócio brasileiro, objetivando sermos o celeiro do mundo.

É preciso observar, com a profundidade necessária, que as estratégias do setor de desenvolvimento agropecuário e da Embrapa atuam em quatro eixos: sustentabilidade, inovação aberta, startups e inclusão tecnológica. Todos são permeados pela ideia de que a agricultura do futuro será cada vez mais digital, seja no material genético desenvolvido, no acesso a bancos de dados e em processos que vão do plantio ao trato cultural, chegando à colheita, ao armazenamento e à comercialização.

Temos de destacar novas oportunidades que estão se abrindo para o agronegócio brasileiro como, por exemplo, a construção de marcas, certificações e processos de rastreabilidade, usando a chancela da sustentabilidade.

Temos de aplicar isso em produtos como a carne, valorizando processos produtivos com baixa emissão de carbono, simplesmente porque é um mercado com grande potencial nesse sentido.

A Embrapa e os agentes do setor privado podem aumentar o uso da integração Lavoura-Pecuária-Floresta, com tecnologia lançada no Brasil e presente em cerca de 14,6 milhões de hectares, pois, afinal de contas, precisamos desenvolver novas alternativas para, a partir de elementos tangíveis e quantificáveis, assim como os dados de emissão de carbono dentro do sistema produtivo, capturarmos valor sobre os serviços agroambientais, como o uso da água, carbono e bem-estar animal.

É preciso ganhar em cima dos diferenciais competitivos do Brasil, algo que ainda não é feito corretamente. Com a métrica da sustentabilidade, só o Brasil pode aumentar a produção, atendendo a um mercado consumidor cada vez mais exigente. Temos sistemas integrados de produção, florestas plantadas e plantio direto na palha – são valores que passam despercebidos! E quanto à Inovação aberta?  Hoje ninguém é detentor de todo o conhecimento e defendo alianças com diferentes segmentos econômicos e cadeias de produção.

Temos de encarar para além da agricultura e do alimento! Devemos ser protagonistas e indutores na busca de parcerias para alavancar os ativos e derivados das pesquisas. Um exemplo das novas estratégias é a parceria recente com a Visiona, empresa do grupo da Embraer, especializada em tecnologia espacial. O objetivo é combinar o conhecimento científico que orienta a tomada de decisão com sistemas inteligentes aplicados ao campo, para mapeamento e monitoramento das áreas produtivas.

Há também novos mercados a serem explorados que permitem a diversificação da produção e a agregação de valor. Um deles é o de grão de bico, fonte de proteína valorizada especialmente em regiões da Ásia e Oriente Médio. A Embrapa disponibilizou variedades adaptadas ao Brasil, de olho num mercado que só é possível qualificar como bilionário.

Sobre as startups, a Embrapa pode estar presente e envolvida nos novos ecossistemas de inovação, seja induzindo e/ou trazendo parcerias para a empresa, incentivando maratonas e desafios para promover startups ao redor do Brasil ou, ainda, estimulando a parceria com fundos de investimentos para identificar, destas empresas, aquelas com potencial para receber aportes.

Quanto à Inclusão tecnológica, posso mencionar, ainda a diretriz de inovação social por meio do desenvolvimento de políticas públicas, porque temos de promover riqueza para o pequeno, médio e grande produtor, com agregação de valor. Como praticante assíduo de exercícios físicos, cito a batata doce como exemplo: ela tem dez vezes mais betacaroteno. O esforço de produção é o mesmo, mas o valor é muito mais alto. O mesmo tem sido feito com outros produtos agropecuários, como abóbora, mandioca e grãos desenvolvidos para ajudar a suprir a carência nutricional de regiões mais pobres. A agricultura não é um problema como pensam esses infelizes universitários das federais, ou a maioria deles, como pensam os artistas da esquerda, como dizem políticos do desnível e desqualificação como Marina Silva, porque a agricultura é a solução de nossos problemas e, assim como a agropecuária, indutores de riquezas! Aliás, até o meu café ficou mais feliz e saboroso hoje, degustado na companhia do meu homenageado e inspirador amigo: Fábio Luís Soares Diniz.

Aguardo vocês para o nosso próximo encontro!

Roger Soares é empresário

 


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