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Após demissão em massa, Nissan voltará a produzir nesta quarta



A produção da Nissan no complexo industrial de Resende será retomada nesta quarta-feira (24), em apenas um turno. Ontem, 398 trabalhadores foram demitidos por meio de carta entregue por taxistas. 

Desde março de 2017, a fábrica vinha trabalhando em dois períodos, o que levou à contratação de 600 funcionários na época.

Parte dos trabalhadores foi realocada. Um executivo da montadora explicou que a empresa fez o possível para manter o maior número de trabalhadores, por se tratar de mão de obra altamente qualificada e em uma área que se tornou polo de produção automotiva.

A região composta pelos municípios de Resende, Porto Real e Itatiaia abriga linhas de montagem da Volkswagen Caminhões, da Jaguar Land Rover e do grupo PSA Peugeot Citroën, além de diversos fabricantes de componentes e de maquinário pesado.

Os cortes ocorrem às vésperas de a marca japonesa renovar sua linha de produtos no país, com o lançamento das novas gerações dos sedãs Versa e Sentra. Ambos serão, a princípio, importados do México. A montadora ainda não revelou se há futuros modelos previstos para a fábrica de Resende.

A montadora japonesa já havia iniciado cortes globais em 2019, antes da pandemia. O plano de redução de custos está sendo ampliado agora e em maior escala, pois envolve as demais marcas da Aliança Renault Nissan Mitsubishi.

No Brasil, os cortes são puxados pela queda no emplacamento de veículos. A Anfavea (associação das montadoras instaladas no Brasil) prevê retração de 40% nas vendas de veículos leves e pesados em neste ano na comparação com 2019.

A retomada da produção tem ocorrido em apenas um turno, o que gera preocupação com cortes futuros em outras fábricas que retornam no mesmo regime. Com a desvalorização do real e as contas feitas pelas matrizes em dólar, há o temor de outras empresas optarem pelo pagamento da multa e do período de contrato suspenso para fazer cortes.

O Brasil tem 65 unidades de produção de automóveis, caminhões, implementos rodoviários e maquinário agrícola. As empresas associadas à Anfavea empregam 125 mil trabalhadores.

Mas a cadeia é extensa e inclui centenas de fornecedores que, de acordo com o Sindipeças, empregam 248 mil funcionários diretos.

A retomada nas linhas de produção ocorre de forma gradativa, sempre se ajustando à demanda. Tradicionalmente mais cautelosas, as montadoras japonesas são as últimas a retornar às atividades fabris.

A Toyota volta a fabricar seus carros nesta semana em todas as quatro fábricas paulistas. Nesta segunda (22) as unidades de São Bernardo do Campo, Indaiatuba e Porto Feliz voltaram a operar, enquanto a unidade de Sorocaba volta na sexta (26).

A Honda Automóveis tem retorno previsto para o dia 13 de julho em Sumaré e em Itirapina, cidades do interior de São Paulo. Reportagem: Folha de São Paulo. 


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