Um neném, recém-nascido e ainda com cordão umbilical, foi encontrado na madrugada deste sábado (23) dentro de uma caixa de papelão, em Volta Redonda. O bebê estava na calçada da Avenida Magnólia, no bairro Vila Mury.
A ambulância do Samu e dos Bombeiros receberam uma denúncia anônima afirmando sobre o abandono do recém-nascido, que é do sexo masculino. Ele foi levado para o Hospital São João Batista, em Volta Redonda. O Conselho Tutelar foi comunicado sobre o abandono.
“O recém nascido está bem, recebendo os cuidados na UTI NeoNatal do hospital. Ele nasceu saudável e com 2,4 quilos e estaria com 33 semanas”, contou o conselheiro tutelar José Roberto Gama, que foi até o local com a conselheira Juliana Ariela. Havia também na caixa uma fralda.
O caso foi registrado na delegacia de Volta Redonda (93º DP). A mãe do recém-nascido está sendo procurada para prestar esclarecimento.
Juiz decidirá destino do bebê
O juiz da Infância e Adolescência de Volta Redonda, Alberto Pontes, vai decidir qual será o destino do recém-nascido. Tudo indica que o bebê seja levado para a Fundação Beatriz Gama (FBG), assim que receber alta médica do Hospital São João Batista.
Segundo informações de fontes da unidade médica, o recém-nascido passa bem e deve sair do hospital no início da próxima semana. A decisão de levá-lo para o abrigo também passa pelo Ministério Público e pelo Conselho Tutelar.
Cláudia Dornelles, presidente da FBG, a entidade possui seis abrigos e tem condições de receber o neném. Porém, segundo o estatuto da Criança e Adolescência, a prioridade é que a criança seja reinserida ao lar familiar. “Mas a decisão é do juizado”, frisa Cláudia.
Depressão pós-parto
Porém, até o momento da publicação desta reportagem, nenhum familiar compareceu a unidade médica. O caso policial traz à tona um antigo, mas não tão conhecido problema psicológico: depressão pós-parto.
“Ainda é prematura até porque a mãe ainda não foi encontrada. Mas pode ser que ela tenha tido uma depressão pós-parto”, disse a psicóloga Gabrielly Sabrina, da UFF (Universidade Federal Fluminense), que explicou:
“A doença acontece principalmente devido às alterações hormonais decorrentes do término da gravidez. No entanto, algumas mães experimentam esses sintomas com mais intensidade, dando origem à depressão pós-parto. Raramente, pode ocorrer uma forma extrema de depressão pós-parto, conhecida como psicose pós-parto”.
Mesmo assim, abandonar um recém-nascido é crime, segundo o código penal. Pela legislação, o autor pode ficar detido por um a três anos. O crime é agravado quando a autoria do abandono seja familiar.
Reportagem: André Aquino. Foto: Divulgação.